Me despertara a curiosidade de fossar com a placa que indica que Nhamaonha já é um distrito dentro de outro distrito em Moçambique, umas coisas inéditas passam 50 anos após termos “girado” os colonos da terra do Ngungunhane, Matacas e companhia.
Na ponte sobre o rio Mudzigandzi, ao longo da 25 de Setembro na entrada do Bairro, aliás, do distrito de Nhamaonha, uma placa indica o décimo terceiro bairro o “B13” simbolizando quanta autonomia os moradores carregam desde as primeiras manifestações pós-eleitorais de 21 de Outubro e caracteriza um quarteirão vedado de betão erecto e armado, erguido verticalmente e com perto de 5 metros de altura é a penitenciária agrícola regional centro a conhecida cadeia “Cabeça do Velho”.
Após cruzar a placa, com um clima de medo e de ansiedade em viver as emoções de ser interpelado e obrigado a cumprir as ordens Venâncianista, ia subindo pela parte da 25 de Setembro, quando um coro me deixou perplexo, curioso e de imediato me perguntei!?
Enquanto eu me aproximava lentamente, a penitenciária cabeça de velho ia notando que o som era produzido no interior daquele império que anda superlotado de cidadãos que viraram inquilinos depois de abraçarem o mundo do crime.
Venâncio!! Venâncio!! Venâncio!! Iam ecoando com clamor da única refeição que aqueles concidadãos seriam retirados naquele dia.
Sabe-se que nas penitenciárias moçambicanas a crise alimentar já vive na varanda e na cadeia Cabeça do Velho a regra não fugiu, foram retiradas todas outras duas refeições e tendo ficado apenas uma que na última Sexta-feira, 13 de Dezembro não deveria existir antes que os gritos “Venâncianista” fossem para socorrer.
O coro Venâncial, foi tão ensurdecedor ao ponto de um alto dirigente penitenciário, ter que sacrificar a sua economia familiar, para alimentar com uma única refeição diária, aquela toda cambada que superlota a Cabeça do Velho.
Valeu a pena o grito Venâncianista, para que a população reclusaria da Cabeça do Velho, tivesse a única refeição daquela Sexta-feira. (Pedro Tawanda)