A medida veio em resposta à declaração de lei marcial feita por Yoon no início deste mês, uma decisão que gerou críticas intensas tanto da oposição quanto de membros da sociedade civil. Minutos após a votação, o Primeiro-Ministro Han Duck-soo assumiu como Presidente interino, enquanto o Tribunal Constitucional terá até seis meses para decidir se ratifica ou rejeita o impeachment.
Yoon Suk Yeol, que está a meio do seu mandato de cinco anos, justificou a lei marcial como necessária para conter supostas ameaças à estabilidade política. Contudo, o decreto foi revogado em menos de 24 horas após pressão do Parlamento e protestos em massa. Apesar de ter pedido desculpas inicialmente, Yoon adoptou um tom desafiador, acusando a oposição de obstrução política e de alinhamento com interesses da Coreia do Norte.
A declaração de lei marcial foi a primeira desde a transição democrática da Coreia do Sul na década de 1980 e agravou uma já tensa relação entre o governo e os legisladores. Na votação deste sábado, 12 deputados do partido governista votaram a favor do impeachment, contrariando a linha oficial do Partido do Poder Popular.
Do lado de fora do Parlamento, em Seul, centenas de milhares de manifestantes celebraram a decisão. No entanto, a destituição de Yoon ainda depende da validação do Tribunal Constitucional, que analisará o caso a partir da próxima segunda-feira, 16 de Dezembro. Para que o impeachment seja definitivo, seis dos nove juízes do tribunal precisam votar favoravelmente.
Caso o tribunal retifique a decisão, uma nova eleição presidencial deverá ser convocada dentro de 60 dias. Por outro lado, se o impeachment for rejeitado, Yoon retornará ao cargo, algo que especialistas políticos avaliam como improvável, dado o nível de tensão social e política actual.
A crise política marca uma das maiores provas para a democracia sul-coreana nas últimas décadas. Observadores internacionais destacam que o desenrolar do caso será um teste à independência das instituições do país e à capacidade de garantir estabilidade política em um momento de extrema polarização.
Portanto, com a interinidade de Han Duck-soo e a expectativa de julgamento do tribunal, a Coreia do Sul entra num período de incerteza e celebração enquanto a oposição e os cidadãos aguardam por respostas sobre o futuro da liderança do país pelo tribunal constitucional. (Bendito Nascimento)