Escrito por: Omardine Omar, Jornalista
INTEGRITY – MOÇAMBIQUE, 24 de Agosto de 2022 – Na segunda-feira (22), o Presidente da República, Filipe Nyusi, voltou a visar os empresários do Chiveve, apontando os dedos aos proprietários de algumas bombas de abastecimento de combustíveis que inundaram a capital de Sofala, Beira, como financiadores do terrorismo em Cabo Delgado.
De viva-voz, Filipe Nyusi disse que alguns proprietários das bombas de combustíveis, na cidade da Beira, usavam as mesmas para lavar dinheiro e financiar o terrorismo em Cabo Delgado.
A afirmação do Presidente Nyusi sobre os prováveis financiadores do terrorismo situarem-se na cidade da Beira não é nova, já o havia dito em outras ocasiões; mas, desta vez, apontou um ramo de actividade que envolve muita gente e que, nos últimos anos, eclodiu como uma “praga”.
Para quem cavalga por Moçambique, principalmente em cidades como Nampula, Nacala, Beira, Maputo, Matola e outras, vai pensar que as viaturas em Moçambique são vendidas a preço de amendoim, ou que o Japão fica ali na outra esquina – isto porque a praga de bombas de combustíveis, em zonas até residenciais, aumentou, de tal forma que mete nojo.
O lado caricato é que todos nós abastecemos nelas; mas, ouvir do Chefe do Estado que o dinheiro que pagamos para abastecer as nossas viaturas é usado para destruir o nosso país, matando inocentes e o nosso direito de sonhar, cria-nos náusea. Entretanto, é de se questionar: se sabem de quem são, porque não os prendem e nos apresentam, ou porque não banem tais Fulanos do nosso sistema financeiro de uma vez por todas?
Questões do género não podem terminar apenas em manchetes de jornais e televisões. Excelência, é preciso responsabilizar e mostrar quem é este “Hitler”, que levou seus hobbies para uma província que já se via como uma parte de Dubai.
Entretanto, voltando às bombas de combustíveis, elas são demais. E o engraçado é numa estrada de 10 quilómetros, existirem mais de cinco bombas de combustíveis. Se formos a aprofundar, os proprietários são os mesmos ou usam testas de ferro para continuarem a ampliar os seus business, sobre o qual o Presidente da Republica revela ser lavagem de dinheiro para financiar o terrorismo no país.
Quase todos os automobilistas não sabem ou não sabiam que têm contribuído indirectamente para os cofres dos mandantes locais dos ataques terroristas em Cabo Delgado, que já ceifaram a vida de mais de 3000 pessoas, segundo a ACLED, e criaram a evacuação de mais de 850 mil pessoas da sua região habitacional desde 2017.
Ouvindo Sua Exa. falando daquela forma, paro e olho para cima com os olhos fechados e questiono-me: afinal, que mal fizemos? E logo vem a resposta: jovens moçambicanos, é importante pensar e entender Moçambique, porque assim já não dá! (IMN)