O Café da Gorongosa: Um exemplo de que em Moçambique é possível (…)!

Iniciado em 2013 com a plantação de viveiros, num espaço de 0,5 hectares, utilizando novos genótipos de café, com base na sua adaptabilidade ao clima e solo do maciço montanhoso da Gorongosa, produtividade e resistência a doenças, actualmente o mesmo já é cultivado numa área aproximadamente a 300 hectares.

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E de lá para cá, as pessoas plantaram mais de 250 mil mudas de árvores indígenas e colheram 150 toneladas de grãos de café, que foi processado internamente e posteriormente vendido para diferentes mercados, com particular destaque para Inglaterra, Estados Unidos da América (EUA) e África do Sul.

Segundo consta num documento sobre os destaques do Parque Nacional da Gorongosa (PNG) em 2022, o Programa surge no âmbito da cooperação trilateral entre Moçambique, Portugal e Brasil, que permitiu que numa primeira fase, fossem experimentadas sete variedades novas entre elas: “Acauá, Catuaí Tinto IAC 44, Catuaí Amarelo 25L, Catuai Tinto 285/15, Catuai Japi 19/08, Catuai Tinto IAC 81, Catuaí Amarelo IAC 39 e duas já existentes (Catmor Costa Rica 95 e Catmor 128).”

No centro da produção estão técnicos nacionais, com principal destaque para Sional Sérgio Moiane, Supervisor líder do Programa de Café da Gorongosa, formado no Brasil e Zimbábue, nas áreas de treinamento da cadeia de valores do café, assim como, em degustação do café pós-colheita. Moiane “abriu o livro contendo os detalhes que tornam o café da Gorongosa especial em relação aos outros.”

Explicando à nossa reportagem, revelou que oficialmente existem no mundo 127 espécies de café registados, entretanto, o exercício para produzir um bom café exige uma “peritagem” de alto nível e com técnicos totalmente focados desde a plantação, colheita, secagem, processamento, fabrico do café até a saída para o mercado.

Sional Moiane revelou que a qualidade do café está nos detalhes, facto este que leva os técnicos envolvidos a dominar todas as etapas, para corrigir qualquer inconformidade que possa vir a ser detectada no processo de produção do café. Para tal, contam com um grupo de 16 técnicos de campo e outros trabalhadores efectivos e não efectivos. Facto que lhes permite produzir um café verde ou de ouro, café natural, café lavado, entre outros. Na fábrica para processar um saco de 60 quilogramas leva de 7 a 10 minutos, que no campo de cultivo custa por quilo mil meticais à administração da fábrica quando comprado aos produtores.

De referir que o Programa do café da Gorongosa começou com 12 produtores em 2014 e actualmente conta com mais de 900 produtores, o mesmo encontra-se integrado no PNG, um dos maiores casos de sucesso de recuperação da vida selvagem em África e no mundo, depois décadas desflorestação da Serra da Gorongosa, a plantação do café e outras culturas veio para a reflorestação do PNG, devolvendo deste jeito o equilíbrio ao ecossistema e garantindo, em simultâneo a subsistência dos envolvidos no Programa. (Omardine Omar, em Gorongosa)