A insatisfação dos professores continua, mesmo depois de o Governo, afirmar, durante a abertura da sessão de perguntas ao Governo na Assembleia da República, que mais de 70 por cento já tiveram o pagamento das horas extraordinárias em dívida há mais de um ano.
A Associação Nacional dos Professores (ANAPRO) afirmou que tudo não passou de mentira, pois, segundo o seu representante, apenas dois dos 13 meses foram pagos e somente trinta por cento da dívida.
“Ouvimos uma mentira do tamanho do mundo. Então, isso nos deixa cada vez mais frustrados. Só para ter exemplo, nos distritos que a província de Gaza tem, só pagaram em três. Agora, quais são esses 70 por cento a que o primeiro-ministro se referiu?”, questionou Isac Marrengula, presidente da ANAPRO, apelando ao bom senso do Governo.
Seis dias é o tempo dado pelos professores ao Governo para o pagamento das horas extras e resolução de todas as suas preocupações.
Caso não, a saída será uma só: “Se até na próxima sexta-feira o Governo não se pronunciar, não fizer o devido pagamento, não nos restará mais nada senão convocar uma paralisação das aulas a nível nacional”.
Vestidos de batinas brancas, os membros da Associação Nacional dos Professores convocaram a imprensa, este sábado, e queixaram-se de intimidações e ameaças de morte.
“Manifestamos os nossos direitos, somos perseguidos, somos expulsos, em alguns casos recebemos ameaças de morte por estarmos a exigir os nossos direitos. Agora, se a Constituição abre espaço para manifestação e não podemos, o que devemos fazer?”
Além do atraso no pagamento de horas extras, os professores contestam a superlotação das salas de aula e exigem melhores condições de trabalho. (Jornal O País)