A polícia como sempre, desde o início das manifestações a 21 de Outubro de 2024 centra suas atenções para os mercados 38, Feira e ao bairro Nhamaonha, este último o mais tumultuoso, aliás, até que foi apelidado pelos moradores por Distrito e uma das zonas por “B 13” ou seja inspirado num dos bairros de um dos filmes em que a autonomia local é mais consistente onde o governo não tem como por a mão, apesar de o resto da região que o circundam estarem sob a tutela governamental.
No bairro Nhamaonha, onde a polícia implantou uma esquadra ambulante onde os agentes armados até aos dentes tentam controlar a situação que vezes sem conta sai de controle só para ilustrar foi lá onde a primeira sede do partido FRELIMO pós Moçambique independente foi incendiada pela população em fúria.
De tanta calmaria que caracterizava Chimoio está quarta feira os negócios e outras actividades nos principais mercados da cidade fluía normalmente até que ao meio da tarde começa uma mega manifestação encerrando assim a fase Four by Four convocada por Venâncio Mondlane no âmbito das manifestações sobre verdade eleitoral.
Os tumultos começam em cadeia, nos mercados Central, Feira e 38 com queima de pneus nas ruas, o bloqueio de circulação de pessoas e bens para além de algumas portagens paralelas.
Para repelir as massas a polícia ia disparando gás lacrimogéneo e balas verdadeiras e na sequência uma pessoa morreu, três tiveram ferimentos graves que de acordo com o hospital provincial de Chimoio encontram-se internadas naquela maior unidade sanitária da província de Manica.
A polícia reporta que 4 agentes seus também tiveram ferimentos depois de serem atingidos por pedras arremessadas por manifestantes durante os tumultos.
Como danos materiais, foram registados incêndios de 66 bancas de vendedores no mercado 38, o maior grossista ao nível da província de Manica e uma viatura da polícia perdeu o vidro de frente depois de sofrer uma pedrada.
Numa ronda feita pela Integrity na manhã desta quinta-feira, 12 de Dezembro de 2024, a Cidade de Chimoio esteve calma como sempre em dias normais, com os mercados formais e informais, abarrotados de pessoas que para lá vão adquirir os seus produtos. (Pedro Tawanda, em Manica)