“A imprensa terá que sair da sala, porque o debate vai continuar. Queremos falar de forma livre, chamar as coisas pelos nomes”, afirmou Nyusi, ao justificar a medida. O Presidente destacou que a presença da mídia poderia intimidar os participantes, comprometendo a profundidade das discussões.
Durante o evento, Nyusi enviou um recado ao candidato presidencial Venâncio Mondlane que faltou no último encontro entre o presidente e os três candidatos presidenciais, destacando que “não se cria agenda para diálogo de forma unilateral”.
Segundo o Presidente, a agenda deve emergir das preocupações apresentadas pelas partes envolvidas, e não ser imposta. “Se você está a fazer a agenda, essa agenda é sua. Tem que garantir que o outro queira essa agenda”, afirmou.
Nyusi também apontou que as preocupações dos diferentes grupos, incluindo partidos políticos e organizações da sociedade civil, não são uniformes. “O problema é que não se pode dizer que há um povo ou um grupo único. Cada um tem suas próprias preocupações. O MDM tem as suas, a RENAMO tem as dele”, disse, reforçando a necessidade de uma abordagem inclusiva e articulada.
Ao abordar as manifestações recentes, o Presidente reiterou a condenação à violência, mas reconheceu a urgência de mudanças estruturais. “Há necessidade de mudar algo, mas precisamos definir o que mudar, como mudar e quem deve implementar essas mudanças”, explicou.
Portanto, durante o discurso de abertura do presidente, a imprensa foi admitida a reportar dentro da sala, mas quando o primeiro convidado começou a sua locução, foi interrompido pelo presidente questionando se se sentiam à vontade com a imprensa, pergunta que antes de ser respondida, o presidente decide mandar “passear ” a imprensa.
De lembrar que durante o encontro na presidência com os três candidatos presidenciais (da Frelimo, RENAMO e do MDM), Filipe Nyusi cogitou em dispensar a imprensa no próximo possível encontro para diálogo com os quatro candidatos presidenciais. (Bendito Nascimento)