A decisão surge após diversas queixas e promessas não cumpridas pelo Governo, que prometeu em Novembro que os pagamentos seriam reembolsados após os salários. Contudo, até agora, os professores continuam sem ver uma solução definitiva.
A medida, segundo a APU, é também uma resposta ao contexto de instabilidade política e social que o país enfrenta, dois meses após as eleições gerais. A associação propõe que os exames sejam adiados para uma data mais segura, salientando que o actual cenário de tensão coloca em risco não apenas os professores, mas também os alunos, muitos deles menores de idade.
A APU destaca que a paralisação visa resguardar a dignidade da classe docente e proteger os envolvidos no processo educacional. Durante este período, sugere que apenas o Director da escola, o Director-adjunto, o chefe da secretaria e seus auxiliares assegurem os cuidados mínimos necessários no ambiente escolar.
Este protesto ocorre num momento crítico para o sector da educação, que enfrenta múltiplos desafios ligados às condições de trabalho dos professores. As passeatas organizadas pela ANAPRO e pela própria APU ao longo deste ano não surtiram os efeitos desejados. Apesar de algumas regularizações parciais, muitos professores continuam a enfrentar dificuldades financeiras, agravadas pela fragmentação dos pagamentos.
A associação reafirmou o seu compromisso em dialogar com as autoridades competentes em busca de soluções justas para as suas reivindicações. Em nota, a APU pediu solidariedade aos seus membros e compreensão por parte da sociedade, enfatizando que a luta é pela garantia de um ambiente educacional seguro e propício para o desenvolvimento académico.
Portanto, essa medida vem depois da decisão tomada no dia 20 do corrente mês pela Associação Nacional dos Professores (ANAPRO) que anunciou medidas imediatas de protesto devido à falta de pagamento de horas extras acumuladas há quase três anos.
Entre as acções estavam a retenção de resultados pedagógicos, a não participação nos conselhos de notas e a suspensão da preparação para os exames da 10ª e 12ª classes. A decisão foi agravada pela repressão policial durante a Marcha Nacional dos Professores, em Maputo, no dia 16 de Novembro, onde foram registados casos de violência, detenções arbitrárias e uso de balas reais contra manifestantes. (Bendito Nascimento)