Depois seguiram-se os anúncios contraditórios de números de baixas do inimigo e confirmações assombrosas como o facto dos terroristas estarem a circular em alguns distritos com Mahindra da corporação. Assim como, a atribuição do nome do Presidente da República e sua esposa à uma infraestrutura da Unidade de Intervenção Rápida (UIR) em Metuge, sem falar ataque aos deputados que não aprovaram a “anti-democrática Lei da PRM”, conforme a Ordem dos Advogados de Moçambique (OAM).
Há dias, depois das afirmações “patrióticas” do então vice-chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) Bertolino Capitine, o mediático comandante Rafael veio ao público dizer sem citar qualquer base legal afirmar de viva voz e com “violência discursiva” de que “o terrorismo não precisa de declaração de guerra, porque é uma ameaça global”, uma afirmação que contrária a alínea c) do artigo 265 da Constituição da República de Moçambique (CRM) que avança que compete ao CNDS: “dar parecer sobre os critérios e condições de utilização de zonas de protecção total ou parcial destinada à defesa e segurança do território nacional.”
Eis que na segunda-feira (07.10) durante uma parada policial, Bernardino Rafael disse: “Nós não estamos organizados em associações, aliás, as Forças de Defesa e Segurança são proibidas, constitucionalmente, de se organizar em associações. Aquela Associação não representa a Polícia. A Polícia não se organiza em associações. Não é quando ser expulso ou quando ser exonerado, ficar descontente e criar associações. Usar emblemas da Polícia, isto é ilegal, porque a Polícia usa emblemas dentro da farda. Não é pegar coletes ou qualquer coisa e timbrar cores da polícia.”
Esta afirmação deixou os agentes da Lei e Ordem em choque, atónitos e num silêncio total, uma vez que a AMOPAIP foi fundada em 2009 e já funciona há 15 anos, estando a ser liderada por Nazário Muanambane, que vem representando e intervindo em vários fóruns importantes em nome dos membros da associação, tendo inclusive realizado alguns encontros de auscultação entre os anos de 2016 e 2017 com Bernardino Rafael, na altura Comandante Provincial da PRM na Cidade de Maputo e Daniel Francisco Chapo, então Governador de Inhambane e actual candidato a Presidente da República pelo Partido Frelimo.
Contudo, nos corredores policiais conforme apuramos as afirmações não caíram de bom-tom, razão pela qual acredita-se que as mesmas poderão ser motivos de diversos encontros, caso o grupo traga os instrumentos legais que legitimam a sua associação. (Omardine Omar)