Combate à caça furtiva: Projecto Kheta “transforma a vida” de 50 comunidades residentes na região transfronteiriça do Grande Limpopo

Para Foloma, a biodiversidade da flora e da fauna é usada em forma de alimentos, aquisição de medicamentos para a manutenção da vida humana, fonte de material de construção, fonte de construção de benfeitorias como de transporte que são usadas para fazer canoas, pois é uma série de benefícios que o homem soluciona através da biodiversidade.

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Prosseguindo, Marcelino Foloma adiantou que “a biodiversidade significa uma variedade de espécies que servem para o sustento do homem e foi consagrado este dia para trazer maior reflexão do homem em relação a biodiversidade, portanto hoje é um dia em que se celebra o valor da biodiversidade, pois é um dia em que o homem deve parar e pensar sobre o valor e a relação que tem com biodiversidade principalmente porque há uma tendência de extensão na ameaça de flora e da fauna.”

Para Foloma, “há uma tendência de extensão nos seus últimos 50 anos, diminuindo a capacidade do homem de suster-se através da biodiversidade e sabemos que o homem depende muito da biodiversidade. Portanto é um dia muito grande para o WWF porque a WWF é uma organização de conservação e então fazendo uma harmonia entre o homem e a biodiversidade em um ambiente duma forma geral e é necessário que esse dia não se passe despercebido e é preciso estar perto daqueles que vivem e daqueles que dependem muito da biodiversidade neste caso as comunidades locais a WWF e o projecto KHETA achou que deveria estar muito perto das comunidades para poder celebrar este dia junto com as instituições do estado e outros setores da sociedade civil, o sector privado entre outros.

Na ocasião, Foloma afirmou que “temos que nos engajar com a biodiversidade e que os Mídia têm um papel muito importante na transmissão destas mensagens e é por isso que estamos aqui com vários órgãos de comunicação social para assegurar que as actividades que estão a ser feitas aqui junto com as comunidades também estejam ao alcance de qualquer cidadão moçambicano.”

1. Em termos de abrangência, quantas comunidades já foram abrangidas pelo Projecto KHETA?

-O projecto KHETA é um projecto que está localizado na região do Grande Limpopo, portanto, na zona transfronteiriça do Grande Limpopo que envolvem seis distritos desde a Moamba a Chicualacuala, e tem um pouco mais de 50 comunidades que estão dentro desta área geográfica, mas naturalmente há comunidades em que a WWF tem mais comunicação e intervenção em relação a outras, dependendo do assunto, por exemplo, o assunto de apoio às comunidades para canalização dos 20% tem estado mais no GLC  que é a região do Limpopo que está à sul do Parque Nacional do Limpopo até ao Incomáti e de lá para Ressano Garcia, enquanto, que as comunidades estão em volta do Parque, tem uma assistência directa  do Parque devido aos outros factores na região.

De acordo com Marcelino Foloma, “em relação aos 20% temos estado mais nesta região do Limpopo que envolve os distritos da Moamba, Magude e Massingir de alguma forma. São comunidades que estão à volta das associações privadas de fauna e das fazendas de bravio. Falando nomeadamente: de Mangalane, Captine e no distrito de Magude.”

2. Em termos de crimes ligados à fauna bravia, como têm sido os comportamentos, nestes últimos anos do projecto KHETA que se encontra a ser implementado ao longo desta região?

-Falando do crime da fauna bravia, portanto sobre a caça furtiva. O programa KHETA trabalha com vários actores numa série de actividades onde realiza intervenções com a administração da justiça, procuradores, juízes e polícia de proteção de recursos naturais do meio ambiente e o SERNIC. Que principalmente são actividades para capacitação e o reforço da implementação efectiva da lei, E também trabalhamos com a ANAC e outras instituições dos governos locais e as Zona de Conservação.

“O que se tem verificado nos últimos anos é uma redução significativa da caça furtiva e isso encoraja-nos muito, porque se compararmos a uns quatro ou cinco anos, o nível da caça furtiva era muito alto e hoje já podemos passar dias e semanas sem se ouvir falar da caça furtiva”, defendeu Foloma.

Para Foloma, “há outros desafios que estão relacionados ao assunto do conflito homem-fauna bravia, principalmente para algumas espécies de grande porte, o elefante. E é de se preocupar,  principalmente nesta época, por exemplo, há muitas massas de água que se distribuem pela paisagem e então isto provoca a circulação de elefantes e isso cria problemas, porque acabam cruzando com áreas de produção agrícola onde cria problemas nas comunidades, porque devastam culturas e depois são situações que se pode esperar de insegurança alimentar, nós sabemos que está região é semi-árida  e os níveis de produção são muito baixos, então se um agregado familiar sofre da invasão de elefantes vai ser difícil aguentar com o sustento da família ao longo do ano, porque há pouca possibilidade de produção agrícola e a produção de alimentos.”

3. Quais são os cuidados que se devem ter?

-O conflito homem-fauna bravio acontece quando há interação entre o homem e a fauna, então significa que deve haver separação de espaços geográficos e que se não se respeita o aspecto do plano de uso de terra, que no sítio de animais não pode haver actividades humanas e que também no sítio para o homem, não pode haver invasão por parte da fauna e por isso que existem programas das áreas de conservação para a fauna, fazendas de bravio, Parques e que estão mesmo para este propósito.

“Mas quando o homem também faz machambas nas áreas da vida selvagem, começa a criar um problema e o homem é aquele em que tem que ter atitudes de evitar que haja o conflito, então deve haver um trabalho de muita conscientização no sentido de minimizar os problemas. O conflito homem- fauna bravia, pelo menos, aos níveis que não possa impactar tanto na vida das comunidades ou das pessoas, portanto, isso exige muito trabalho entre as instituições do estado, muito trabalho de apoio por parte da organização da sociedade civil como a WWF e por outro lado, o sector privado deve  desempenhar o seu papel e as zonas de conservação, assegurar que os animais estão dentro da zona de conservação e que estes não transponham as fronteiras das áreas de conservação, isso  havia de ajudar muito  e a WWF tem estado a trabalhar com as autoridades locais na distribuição de kits de mitigação de conflitos para a produção nas machambas e na distribuição de vedações que podem ser usadas com a mistura de piripiri e óleo queimado para evitar que os elefantes penetrem nas machambas das populações. O uso de vuvuzelas para o afugentamento é uma série de ferramentas, mas a questão de conflito, nunca se resolve com uma única medida, é preciso uma combinação de medidas e isso tem se estado a fazer em parcerias com o Estado”, argumentou Foloma.

4. E o que motiva às estás alturas que os elefantes circulam mais?

-Bom já me referi! E por causa de muita distribuição de água, portanto, para os elefantes a água não é o problema, a questão é o alimento e por onde passa, e se passa numa zona onde tem machambas vai naturalmente entrar nas machambas e devastar as culturas. (Omardine Omar, em Moamba)