O antigo governador do Banco de Moçambique, Prakash Ratilal, foi incisivo ao afirmar que “Moçambique não possui nenhuma empresa nacional competitiva em preço e qualidade”, sublinhando que a economia continua excessivamente dependente de importações e de investimentos externos. Para Ratilal, o país precisa redefinir a sua política industrial e apostar em sectores produtivos com maior valor acrescentado.
Na mesma linha crítica, o economista Joaquim Carvalho destacou que os escândalos das dívidas ocultas representam não apenas um golpe à credibilidade do Estado, mas também uma “perda de valor e de confiança por parte dos próprios moçambicanos”. Carvalho defende maior transparência na gestão das finanças públicas e uma cultura de responsabilização que permita restaurar a confiança dos cidadãos nas instituições.
Já o académico e deputado Edson Macuácua concentrou-se no ensino superior, argumentando que o actual modelo universitário está desajustado das necessidades do mercado de trabalho e da economia real. Para Macuácua, “as universidades devem ser espaços de inovação, empreendedorismo e solução de problemas nacionais, e não meros centros de reprodução de diplomas”.
O simpósio terminou com um apelo conjunto para que Moçambique promova reformas estruturais capazes de impulsionar a competitividade, valorizar o capital humano e garantir uma governação económica mais eficiente e transparente. (Nando Mabica)







