“Moçambique não possui nenhuma empresa nacional competitiva em preço e qualidade”, afirma Prakash Ratilal

INTEGRITY-MOÇAMBIQUE, 1 de Novembro de 2025-O Simpósio da Universidade Eduardo Mondlane (UEM) trouxe à tona um diagnóstico preocupante sobre a economia moçambicana e o modelo de desenvolvimento nacional. Académicos e especialistas convidados apontaram a falta de competitividade das empresas, a má gestão dos recursos públicos e a urgência de reformas profundas no sistema de ensino superior como entraves centrais ao progresso do país.

O antigo governador do Banco de Moçambique, Prakash Ratilal, foi incisivo ao afirmar que “Moçambique não possui nenhuma empresa nacional competitiva em preço e qualidade”, sublinhando que a economia continua excessivamente dependente de importações e de investimentos externos. Para Ratilal, o país precisa redefinir a sua política industrial e apostar em sectores produtivos com maior valor acrescentado.

Na mesma linha crítica, o economista Joaquim Carvalho destacou que os escândalos das dívidas ocultas representam não apenas um golpe à credibilidade do Estado, mas também uma “perda de valor e de confiança por parte dos próprios moçambicanos”. Carvalho defende maior transparência na gestão das finanças públicas e uma cultura de responsabilização que permita restaurar a confiança dos cidadãos nas instituições.

Já o académico e deputado Edson Macuácua concentrou-se no ensino superior, argumentando que o actual modelo universitário está desajustado das necessidades do mercado de trabalho e da economia real. Para Macuácua, “as universidades devem ser espaços de inovação, empreendedorismo e solução de problemas nacionais, e não meros centros de reprodução de diplomas”.

O simpósio terminou com um apelo conjunto para que Moçambique promova reformas estruturais capazes de impulsionar a competitividade, valorizar o capital humano e garantir uma governação económica mais eficiente e transparente. (Nando Mabica)

Exit mobile version