Quase seis horas para apagar um incêndio em plena capital do país não é aceitável. O que impede uma resposta mais rápida? Equipamentos inadequados, falta de hidrantes funcionais, más condições dos veículos de combate a incêndios ou mesmo falta de formação contínua dos bombeiros? Se o problema for a mobilidade, o congestionamento das ruas da cidade não é novidade – então por que ainda não há um plano estratégico para lidar com isso? Por que não há bases descentralizadas em pontos estratégicos da cidade para facilitar o deslocamento?
A realidade é que o SENSAP não está preparado para lidar com incêndios de grande escala. Há países que já utilizam drones para monitorar focos de incêndio, caminhões equipados com tanques de maior capacidade, além de sistemas de abastecimento mais eficientes. Aqui, ainda estamos presos a métodos que claramente não funcionam.
Além disso, se até na cidade de Maputo o SENSAP falha, como será nas áreas mais periféricas ou rurais? A precariedade dos serviços de emergência nessas zonas é alarmante. Se nada for feito, os desastres continuarão a acontecer, e a população continuará a perder bens e vidas por incompetência do Estado.
A cada incêndio, as justificativas são as mesmas: “não havia água suficiente”, “o trânsito atrasou a chegada”, “os meios eram insuficientes”. Mas até quando? A função dos bombeiros é prevenir e combater incêndios com eficiência, e se não conseguem fazê-lo, a culpa não pode ser apenas do congestionamento ou da falta de água – é do sistema falho que os gere.
Reestruturação e descentralização dos serviços: Mais quartéis de bombeiros em diferentes pontos estratégicos da cidade.
Melhoria de infraestruturas e equipamentos: Caminhões modernos, sistemas de abastecimento mais eficazes e tecnologia de ponta.
Capacitação contínua dos bombeiros: Treinamento em técnicas avançadas e simulações frequentes para melhorar a resposta.
Planos de prevenção e resposta rápida: Campanhas educativas sobre incêndios, fiscalização rigorosa de instalações elétricas e estratégias eficazes para lidar com o trânsito na cidade.
A verdade é que, se nada for feito, os incêndios continuarão a devastar mercados, casas e vidas, e a cada tragédia, ouviremos as mesmas desculpas esfarrapadas. O SENSAP precisa sair da era da improvisação e entrar na era da eficiência. (Nando Mabica)
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