A medida vem em resposta a declarações recentes de Forquilha sobre a tomada de posse de apenas 43 deputados dos 138 (que Mondlane e o partido contestam) que, segundo Mondlane, violam o acordo político firmado entre o PODEMOS e a candidatura presidencial.
O acordo, assinado em 21 de Agosto de 2024, estabelece uma aliança política com vigência até 2028, regulando, entre outros pontos, as decisões estratégicas e políticas do partido. No comunicado, Mondlane destaca que as acções de Forquilha têm ido contra os termos do acordo, considerando-as nulas e sem efeito.
“Essas decisões são nulas e de nenhum efeito, por violarem o espírito e a letra do acordo supracitado”, afirmou.
Mondlane aproveitou a ocasião para reforçar a sua postura em relação à alegada fraude eleitoral nas eleições de 9 de Outubro de 2024. Segundo o candidato presidencial, o país está atravessando uma grave crise política provocada por uma “mega fraude eleitoral”, e o PODEMOS, com o apoio de sua candidatura, continua comprometido com a luta pela verdade eleitoral.
O ponto de maior tensão entre os aliados parece ser a recente decisão de Forquilha sobre a tomada de posse dos deputados do PODEMOS. Mondlane considerou o acto uma violação da ética política e um desrespeito ao voto popular.
“A tomada de posse de deputados do PODEMOS ofende a moral, a ética e os interesses do povo moçambicano que confiou na dupla VM7/PODEMOS”, declarou Mondlane no comunicado.
De acordo com Venâncio Mondlane, vários esforços foram feitos para tentar convencer Albino Forquilha a reconsiderar suas decisões. Entre esses esforços, Mondlane menciona contactos interpessoais, reuniões e correspondências formais. No entanto, esses esforços não surtiram efeito.
“Foram feitos titânicos esforços de o demover desse descaminho contratual e político, mas, para a tristeza de VM7, redundaram em insucesso”, lamentou.
A falta de consenso sobre a postura a ser adoptada em relação à fraude eleitoral e à tomada de posse dos deputados parece ter acirrado ainda mais as tensões entre o PODEMOS e a candidatura de Venâncio Mondlane.
O candidato frisou que, embora os desacordos persistam, o foco continua sendo a luta pela “verdade eleitoral”, que considera um dos princípios fundamentais da sua candidatura.
Porém, ainda no comunicado, Venâncio Mondlane fez um apelo público a Albino Forquilha para que cesse com as decisões e acções que considera ilegítimas.
Mondlane pediu que Forquilha respeite o acordo assinado e se abstenha de agir de forma contrária ao que foi acordado entre as partes. “A esperança é que, com este expediente público, finalmente o ilustre presidente Albino Forquilha se abstenha de praticar actos ilegítimos”, concluiu Mondlane.
A crise interna entre o PODEMOS e Venâncio Mondlane coloca em dúvida o futuro da aliança política, com repercussões que podem afectar tanto a imagem do partido quanto a sua actuação política no cenário nacional.
E enquanto isso, a crítica na esfera pública sobre a posição do partido tem sido extremamente dura, com muitos considerandos Forquilha como um “Traidor”.
Outrossim, quando questionado por certos internautas o porque do comunicado não ter sido publicado na página oficial do candidato Presidencial, Venâncio Mondlane, eis que Dinis Tivane explicou o seguinte: “Uma cláusula do Acordo impede VM7 de publicá-lo, pois seria a violação do mesmo e incorreria em desfechos, absolutamente indesejáveis. Aliás, o facto de o Acordo demandar que ele seja SECRETO, pode ter levado o outro signatário a abusar da paciência do VM7. Como se vê nessa missiva à nação, foram várias as tentativas de chamar ele à razão (…).”
Contudo, falando hoje ao Integrity Magazine, o Porta-voz disse que o partido ainda continua alinhado com Venâncio Mondlane, e que ainda não houve traição por parte do partido. (Bendito Nascimento)