Durante uma conferência de imprensa nesta sexta-feira, a Polícia da República de Moçambique (PRM) informou que a agitação teve início por volta das 17 horas, quando cerca de 20 reclusos incendiaram quatro pavilhões da cadeia numa tentativa de enfraquecer o sistema de segurança e libertar aproximadamente 300 detidos.
O porta-voz da PRM em Gaza, Júlio Nhamussua, explicou que o objetivo dos reclusos era juntar-se a manifestantes envolvidos em tumultos na região.
“A rebelião ocorreu no maior pavilhão penitenciário de Mabalane. Foi necessária a intervenção das forças de segurança para conter a situação e prevenir uma fuga em massa”, afirmou Nhamussua.
Na operação para travar a evasão, um recluso morreu e três ficaram gravemente feridos. Um dos detidos conseguiu escapar, estando em curso uma operação de busca para a sua recaptura. Apesar da gravidade do episódio, a PRM garantiu que a situação na penitenciária está sob controlo, com reforço da presença policial no local.
A agitação não se limitou a Mabalane. Na vila da Macia, distrito de Bilene, protestos violentos marcaram a noite de Natal. Pneus em chamas e barricadas foram erguidos ao longo da Estrada Nacional Número Um, enquanto manifestantes vandalizavam instalações do tribunal local e saqueavam pelo menos três empreendimentos comerciais.
Em Xai-Xai, a capital provincial, a violência continuou. Dois estabelecimentos comerciais e as instalações da Águas da Região Sul foram saqueados e vandalizados. O comércio local sofreu prejuízos significativos, e as forças de segurança detiveram 25 pessoas durante os distúrbios.
As autoridades afirmam que a situação está controlada, mas o clima de tensão persiste em algumas localidades da província de Gaza. Forças policiais permanecem em alerta máximo para evitar novos episódios de violência e garantir a normalidade nas áreas afetadas.
A PRM apelou à calma e reiterou o seu compromisso com a manutenção da ordem pública. As investigações para identificar os responsáveis pelos atos de vandalismo e tumultos continuam em andamento.
Esse caso mistura-se ao da evasão de reclusos na cadeia central em Maputo nesta semana, onde dezenas de reclusos escaparam da principal cadeia do país. Um caso que até agora enfrenta divergências no que toca a sua origem, mesmo dentro do governo. (Integrity Magazine)