A Plataforma da Sociedade DECIDE para a Monitoria Eleitoral apresentou um relatório detalhando 56 mortes, 153 feridos por bala e 102 detenções, enquanto o governo, por meio do Ministro do Interior, Pascoal Ronda, reconheceu apenas 21 mortos, 25 feridos e 78 detidos.
De acordo com a sociedade civil, Sofala foi a província mais afectada, registando 31 mortos, seguida de Nampula com 9, e Maputo Cidade e Cabo Delgado, ambas com 4 vítimas fatais. O número de baleados também foi elevado, com destaque para Maputo Cidade e Sofala, que tiveram 56 feridos cada uma.
No entanto, Pascoal Ronda minimizou os dados, indicando que 21 pessoas morreram, incluindo dois agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM). O ministro acrescentou que, entre os 25 feridos, estavam 13 civis e 12 agentes da PRM.
Ronda também relatou que os protestos, além das vítimas humanas, provocaram graves danos materiais. Foram incendiadas 25 viaturas, das quais duas pertenciam à PRM. Infraestruturas policiais foram alvo de vandalismo, com a destruição de 11 subunidades policiais e um estabelecimento penitenciário, de onde 86 reclusos foram libertados.
A sociedade civil, por sua vez, destacou ainda o desaparecimento de Lourenço Chicava, registado em Maputo Cidade no dia 24 de Dezembro.
As manifestações estão a ser marcadas por confrontos violentos, saques e vandalização de bens públicos e privados. Um movimento que começou na tarde da segunda-feira passada, logo após o Conselho Constitucional (CC) atribuir vitória eleitoral para Daniel Chapo e ao partido Frelimo. (Bendito Nascimento)