Em comunicado, o Município expressou profundo pesar e solidariedade à família enlutada, à PRM e aos colegas da finada, destacando que, embora a comandante estivesse há pouco tempo no cargo, “a sua partida constitui uma perda irreparável para Marracuene e para a corporação policial”.
Escalada de violência contra agentes da PRM
A morte da comandante Leonor Inguane junta-se a uma série de homicídios violentos que, nos últimos meses, têm vitimado membros das forças de segurança, principalmente na região do Grande Maputo.
Em Junho de 2025, o chefe de reconhecimento da Unidade de Intervenção Rápida (UIR) foi executado a tiro no bairro Nkobe, Matola, cerca de 50 disparos foram efectuados contra o seu veículo.
Em Julho, dois agentes, um inspector principal da PRM e um oficial do SERNIC, foram mortos numa emboscada em que se contaram mais de 50 tiros contra a viatura em que seguiam.
Já em Setembro, o Ministro da Justiça, Mateus Saíze, reconheceu publicamente o fenómeno, afirmando que “tem havido assassinatos de polícias e cidadãos em geral”, prometendo esforços para o esclarecimento dos casos.
A Frelimo, partido no poder, também condenou os crimes, descrevendo-os como “actos de barbárie” e exigindo medidas urgentes para travar a escalada de violência.
A morte da comandante Inguane reforça o sentimento de insegurança e vulnerabilidade nas próprias estruturas policiais, num contexto onde o crime organizado mostra sinais de crescente ousadia e capacidade de mobilização. A eliminação de quadros de comando da PRM, sobretudo com pouco tempo de exercício, fragiliza a resposta institucional e compromete a estabilidade local, alertam analistas.
O Município de Marracuene apelou a uma investigação rápida, transparente e rigorosa, de modo a responsabilizar os autores e restaurar a confiança da população.
Apelou ainda à colaboração dos cidadãos, incentivando a denúncia de qualquer informação que possa ajudar as autoridades a desmantelar as redes criminosas envolvidas.
“Que se valorize e proteja o trabalho das forças de segurança, garantindo-lhes meios adequados, esquemas de apoio e um ambiente seguro para o exercício da função”, sublinha a nota do Município.
Em conclusão, a administração local reafirma o seu compromisso de solidariedade com a família da finada e de cooperação com a PRM Distrital, num momento de profunda dor e de exigência institucional.
A morte da Comandante Leonor Célia Inguane não é apenas uma tragédia pessoal, é um sinal grave de que o país enfrenta uma nova e perigosa fase de ataques dirigidos contra o Estado e suas forças de defesa. (Nando Mabica)






