Assassinato da Comandante Distrital da PRM aumenta alarme sobre ataques a agentes da polícia

INTEGRITY-MOÇAMBIQUE, 24 de Outubro de 2025 - “É com profunda dor e consternação que o Município da Vila de Marracuene confirmou, na noite da Quinta-feira (23), o trágico assassinato da Comandante Distrital da Polícia da República de Moçambique (PRM), Leonor Célia Inguane. O crime, ocorrido no final da tarde, mergulhou a corporação e a comunidade local em luto e indignação”.

Em comunicado, o Município expressou profundo pesar e solidariedade à família enlutada, à PRM e aos colegas da finada, destacando que, embora a comandante estivesse há pouco tempo no cargo, “a sua partida constitui uma perda irreparável para Marracuene e para a corporação policial”.

Escalada de violência contra agentes da PRM

A morte da comandante Leonor Inguane junta-se a uma série de homicídios violentos que, nos últimos meses, têm vitimado membros das forças de segurança, principalmente na região do Grande Maputo.

Em Junho de 2025, o chefe de reconhecimento da Unidade de Intervenção Rápida (UIR) foi executado a tiro no bairro Nkobe, Matola, cerca de 50 disparos foram efectuados contra o seu veículo.

Em Julho, dois agentes, um inspector principal da PRM e um oficial do SERNIC, foram mortos numa emboscada em que se contaram mais de 50 tiros contra a viatura em que seguiam.

Já em Setembro, o Ministro da Justiça, Mateus Saíze, reconheceu publicamente o fenómeno, afirmando que “tem havido assassinatos de polícias e cidadãos em geral”, prometendo esforços para o esclarecimento dos casos.

A Frelimo, partido no poder, também condenou os crimes, descrevendo-os como “actos de barbárie” e exigindo medidas urgentes para travar a escalada de violência.

A morte da comandante Inguane reforça o sentimento de insegurança e vulnerabilidade nas próprias estruturas policiais, num contexto onde o crime organizado mostra sinais de crescente ousadia e capacidade de mobilização. A eliminação de quadros de comando da PRM, sobretudo com pouco tempo de exercício, fragiliza a resposta institucional e compromete a estabilidade local, alertam analistas.

O Município de Marracuene apelou a uma investigação rápida, transparente e rigorosa, de modo a responsabilizar os autores e restaurar a confiança da população.

Apelou ainda à colaboração dos cidadãos, incentivando a denúncia de qualquer informação que possa ajudar as autoridades a desmantelar as redes criminosas envolvidas.

“Que se valorize e proteja o trabalho das forças de segurança, garantindo-lhes meios adequados, esquemas de apoio e um ambiente seguro para o exercício da função”, sublinha a nota do Município.

Em conclusão, a administração local reafirma o seu compromisso de solidariedade com a família da finada e de cooperação com a PRM Distrital, num momento de profunda dor e de exigência institucional.

A morte da Comandante Leonor Célia Inguane não é apenas uma tragédia pessoal, é um sinal grave de que o país enfrenta uma nova e perigosa fase de ataques dirigidos contra o Estado e suas forças de defesa. (Nando Mabica)

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