“São famílias que perderam tudo face às intempéries desde 2022 e, consequentemente, enfrentam desafios básicos, sobretudo na alimentação e saneamento, já que foram acolhidas em centros de reassentamento. Portanto, desde o primeiro momento, temos estado a apoiá-las, mensalmente, com alimentos diversos, sobretudo de primeira necessidade”, explicou Denise Foi, fundadora da Tzu Chi Moçambique, momentos após visitar um dos centros de realojamento destas famílias em Matutuíne, na província de Maputo.
Trata-se de um total de 650 famílias que foram obrigadas a abandonar as suas casas na cidade de Maputo desde a época chuvosa de 2022 e, actualmente, estão distribuídas entre centros de acomodação temporária e novas áreas de realojamento, estando a beneficiar do apoio da fundação em produtos alimentares.
No centro de realojamento de Matutuíne, do total de 650 famílias em situação vulnerável na cidade de Maputo, pelo menos 100 receberam terrenos para habitação nesta área de cerca de 11 hectares, mas os desafios ainda são grandes. Para sobreviver, a maior parte destas famílias recorre a agricultura de subsistência na vasta área concedida pelo município, mas os desafios impostos por limitações na distribuição de água afectam também estas pequenas produções.
“Na visita que fizemos notamos que as famílias vivem ainda desafios grandes. Não há habitações e também há desafios na questão alimentação. Em coordenação com o Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD) e as autoridades municipais, queremos identificar formas de continuar a apoiar estas famílias. Já identificamos pelo menos dois aspetos prioritários, água e alimentação. A questão da água é muito mais importante porque nós queremos incentivar estas famílias a plantarem os seus próprios alimentos”, declarou Denise Foi.
Fundada no país em 2012, a Tzu Chi tem reforçado a sua actuação em Moçambique desde 2019, após o ciclone Idai, tendo já apoiado mais de 20.000 famílias em projetos ligados aos sectores de educação, reassentamento, saúde e segurança alimentar nas províncias de Sofala, Nampula e Maputo.
A província de Sofala concentra a maior parte dos projectos da Fundação de Caridade Tzu Chi Moçambique. À luz de um memorando assinado com o Governo moçambicano, esta fundação de princípios budistas com representações em mais de 60 países tem, desde o ciclone Idai (2019), um pacote de apoio específico para Sofala.
Com um financiamento total de 108 milhões de dólares, inteiramente disponibilizados pelos mais de 10 milhões de voluntários da organização espalhados pelo Mundo, esta em curso a construção simultânea de três mil habitações, 1.611 casas já entregues às comunidades, e 23 escolas em Sofala.
No que diz respeito às escolas, pelo menos 10 foram oficialmente inauguradas no dia 03 de setembro, num evento dirigido pelo Chefe Estado moçambicano, Daniel Chapo, e mais três serão entregues até ao final deste ano, incluindo a maior escola primária do país, uma infraestrutura orçada em 3,9 milhões de dólares e que está localizada na cidade da Beira, também em Sofala.
Em 2024, a Tzu Chi entregou às autoridades moçambicanas, também em Sofala, a Escola Secundária de Mafambisse, que é a maior instituição de ensino secundário do país, orçada em 13 milhões de dólares, valor também disponibilizado completamente pela fundação.
Sobre a Fundação:
A Tzu Chi é a maior organização humanitária budista do mundo e foi fundada em 1966 pela Venerável Mestre Cheng Yen, religiosa budista. “Tzu Chi” significa “compaixão e alívio” e a missão da fundação é aliviar o sofrimento humano, através de actos de bondade e serviço desinteressado.
Presente em mais de sessenta nações, a Tzu Chi presta apoio a todos quantos necessitam, sem distinção de credo, raça ou nacionalidade, sendo movida por elevados princípios morais e espírito de abnegação.
Em Moçambique, a Tzu Chi foi fundada em 2012 por Denise Foi, estando focada no apoio às comunidades em diversas áreas, com destaque para educação, agricultura, saúde e assistência às populações, sobretudo em períodos de emergência face às cíclicas calamidades naturais que têm afectado o país.
Com as contribuições de mais de 10 milhões de voluntários espalhados por todo mundo e com o esforço de cerca de 10 mil voluntários em Moçambique, a Tzu Chi promove uma cultura de paz, solidariedade e respeito mútuo, levando consolo e esperança às populações.








An incredibly well-written article.