O que era um acto de homens de pés descalços e sem objectivos concretos acabou resvalando num conflito que embora no início tenha sido tratado sem a agressividade que se exigia, uma vez que o Estado é que era atacado, o assunto acabou não tendo o devido tratamento, uma vez que a retórica política apelidou o conflito em insurgência feita por homens sem rosto e cobrados pela mão extrema.
Nestes oito anos, muita coisa foi escrita, prometida e mentida, mas ninguém até assumiu que o Estado falhou e que o passado mal negociado talvez esteja em causa, ou seja, interesses de grupos insatisfeitos com o desenrolar das coisas em Moçambique esteja por trás deste caos. Nos últimos oito anos, surgiram especialistas de todo tipo sobre a guerra em Cabo Delgado. Invocaram-se várias razões do conflito, mas ninguém veio a público explicar as milhares de crianças que perderam seus pais porque estão a ser mortas. Quem está realmente a financiar esta guerra e o que pretende com ela.
Sabe-se que a guerra de libertação nacional em Moçambique durou 10 anos. Será que estamos diante de uma nova guerra contra a neocolonização ou recolonização? E o constante adiamento das multinacionais interessadas no gás de Rovuma, não será mais uma estratégia do grupo que pode estar a renegociar paralelamente para quando os verdadeiros interesses separatistas se materializarem terem recursos financeiros concretos para erguer uma República de Cabo Delgado? O que de facto estará por trás desta guerra violenta e sem regras humanitárias e conflituosas? Talvez o papel dos homens ambiciosos seja a resposta para este caos! (Omardine Omar)