Trata-se de famílias afectadas pelos ciclones Gombe, em 2022, e Jude, em 2025, e que, além de sementes de culturas como gergelim, milho e feijão, vão beneficiar de capacitações técnicas ministradas por agricultores experientes na região para garantir a sustentabilidade das suas pequenas produções.
“Quando os ciclones atingiram esta província, a fundação mobilizou apoios imediatos, sobretudo em alimentos e outros utensílios básicos. Agora, dando continuidade à assistência, a nossa ambição é garantir que estas famílias disponham de meios de subsistência, evitando o problema da dependência”, explicou o Presidente da Fundação de Caridade Tzu Chi Moçambique, Dino Foi.
Esta será a segunda distribuição de sementes disponibilizadas pela fundação para comunidades afectadas por desastres naturais em Nampula, província que conta com 286 voluntários da Tzu Chi de um universo de mais de 10 mil que existem em Moçambique. Nos últimos três anos, só em Nampula, a Fundação de Caridade Tzu Chi Moçambique apoiou, com alimentos, capacitação e bens essenciais, mais de 14 mil famílias afectadas por estes dois ciclones.
A primeira mobilização de apoio para as comunidades de Nampula ocorreu em março de 2022, quando o ciclone Gombe, com ventos de 165 e 230 quilómetros, atingiu aquela província do norte de Moçambique.
O Gombe, que se abateu também sobre o centro do país, provocou a morte de mais de 63 pessoas, 53 das quais só em Nampula, tando destruído total e parcialmente 95.500 habitações, além de danificar 69 unidades hospitalares, 129 estradas e 2.748 postes de energia, segundo estatísticas oficiais.
Face à situação, a Fundação de Caridade Tzu Chi Moçambique mobilizou apoio alimentar imediato para 7.272 famílias afectadas pelo Gombe em Nampula, bem como produtos de higiene e outros bens essenciais. Para garantir que a ajuda não se limitasse à resposta imediata, a fundação desenvolveu um programa específico para acompanhar as famílias afectadas, uma iniciativa que arrancou em novembro de 2023 e que consistia em formações em áreas como empreendedorismo.
No âmbito do programa, além de alimentos, a Fundação de Caridade Tzu Chi Moçambique também distribui sementes para as comunidades que estavam a ser assistidas, na ambição de garantir que as mesmas desenvolvessem negócios para o seu próprio sustento. Em 10 de março de 2025, uma vez mais, a província de Nampula foi atingida por mais um ciclone: o Jude, com ventos de 150 quilómetros por hora.
Além de Nampula, o ciclone afectou ainda Tete, Manica e Zambézia, no centro, e Niassa e Cabo Delgado, no norte, deixando um rastro de destruição, com Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD) a apontar para mais de 380 mil pessoas afectadas e pelo menos 43 mortos, dos quais 41 só na província de Nampula.
Na sequência deste novo desastre, a Fundação Tzu Chi mobilizou novos apoios para Nampula, tendo atingido mais 7.013 famílias com a distribuição de `kits` de higiene e alimentos, sobretudo para pessoas que estavam a ser acolhidas em centros de acomodação criados em 12 bairros da Ilha de Moçambique, um dos pontos mais afectados.
Fundada no país em 2012, a Tzu Chi tem reforçado a sua actuação em Moçambique desde 2019, após o ciclone Idai, tendo já apoiado mais de 20.000 famílias em projetos ligados aos sectores de educação, reassentamento, saúde e segurança alimentar, sobretudo na região centro.
À luz de um memorando assinado com Governo moçambicano, esta fundação de princípios budistas com representações em mais de 60 países tem, desde o ciclone Idai, um pacote de apoio específico para a província de Sofala, com um financiamento total de 108 milhões de dólares, inteiramente disponibilizados pelos mais de 10 milhões de voluntários da organização espalhados pelo Mundo.
Abril de 2026, a fundação terá erguido em Sofala um total de três mil habitações e 23 escolas para as comunidades afectadas pelo Idai. Neste pacote, até agora, 1.611 casas já foram entregues às comunidades de Sofala, tendo as obras de todos projectos começado em 2021.
No que diz respeito às escolas, pelo menos 10 foram oficialmente inauguradas no dia 03 de setembro, num evento dirigido pelo Chefe Estado moçambicano, Daniel Chapo, e mais três serão entregues até ao final deste ano, incluindo a maior escola primária do país, uma infraestrutura orçada em 3,9 milhões de dólares e que está localizada na cidade da Beira, também em Sofala.
Em 2024, a Tzu Chi entregou às autoridades moçambicanas, também em Sofala, a Escola Secundária de Mafambisse, que é a maior instituição de ensino secundário do país, orçada em 13 milhões de dólares, valor também disponibilizado completamente pela fundação.
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