Na cerimónia de ocasião, o Presidente da República, Daniel Chapo, enalteceu a necessidade de se recuperar a confiança da população na polícia, assim como acabar com os raptos e o crime organizado.
Este apelo surge numa altura em que a PRM está descredibilizada perante a população devido a sua actuação durante as manifestações de reivindicação dos resultados das últimas eleições. Fora isso, existem fortes suspeitas do envolvimento de agentes da corporação na onda de raptos que assola o país há mais de dez anos.
“É sua missão resgatar a confiança do povo na polícia, restabelecendo contacto regular com as comunidades, reactivando os conselhos comunitários de polícia ao nível dos bairros”, disse o Chefe de Estado.
Reagindo à ordem dada pelo Alto Magistrado da Nação, o novo Comandante-Geral reconheceu o cenário em que a PRM encontra-se actualmente, razão pela qual se comprometeu em melhorar a actuação da corporação.
“Temos que assegurar que a ordem pública não seja beliscada no nosso território nacional, aliás é de as atribuições da polícia assegurar que a ordem se mantenha. Vamos fazer com que essa questão seja tangível. Temos também dentro deste processo resgatar a confiança com a população”, comentou, assumindo que sem ela a corporação nada pode fazer.
Já Bernardino Rafael reconheceu que a actuação do seu elenco foi defeituosa, mas defendeu que ainda assim as missões foram realizadas. Ademais, alertou ao novo timoneiro da polícia que novos desafios surgiram.
“Nós fizemos o que conseguimos fazer, não fizemos aquilo que não conseguimos fazer. Fizemos aquilo que conseguimos fazer e claro com alguns defeitos, alguns erros, pedimos aos nossos colegas que estão a assumir a liderança para fazer bem aquilo que nós não conseguimos fazer, melhorar aquilo que fizemos com defeito”, apelou.
Despedindo-se de Bernardino Rafael, Daniel Chapo apontou aquilo que chamou de “grandes feitos” enquanto Comandante-Geral da polícia nesses cerca de oito anos.
“(…) a melhoria das condições operativas da polícia, contribuiu para a mudança da cor do uniforme policial, defendeu o patenteamento massivo de cerca de 30 mil polícias dentre oficias, sargentos e cabos (…) contribuiu para o posicionamento de viaturas de patrulhas em alguns pontos estratégicos das cidades, defendeu necessidade da colocação de cobertura, ou seja, lonas nas viaturas da Polícia da República de Moçambique e defendeu a atribuição de lanches a equipas de patrulhas”, referenciou. (Ekibal Seda)