O centro de saúde local foi quase completamente vandalizado durante as recentes manifestações pós-eleições, o que deixou muitos pacientes sem assistência médica.
Actualmente, o centro de saúde está praticamente abandonado, restando apenas a infraestrutura onde funcionavam vários serviços de atendimento público, com papéis espalhados pelo chão, aliás, nesta manhã começou a limpeza e remoção dos escombros.
Os moradores afirmam que precisam se deslocar até os centros de saúde do Primeiro de Maio ou 25 de Setembro, ou ao Hospital Central, mas essa tem sido uma tarefa difícil, não apenas devido à distância, mas também pelo grande número de pessoas que buscam atendimento nessas unidades sanitárias.
“Como vê, não tenho mais o que dizer, esta situação é triste, porque temos de ir até Primeiro de Maio ou 25, mas nesses dias está muito cheio”, disse Maria André, visivelmente constrangida com a situação.
A mesma sensação de indignação é compartilhada por Bacar Aly, pai e residente. Para ele, as manifestações ultrapassaram os limites, e “as pessoas estão pagando por aquilo que fizeram”, lembrando que os hospitais não devem servir apenas a interesses políticos.
Nas unidades sanitárias de Mutava-Rex e Namiepe, os quais são unidades residenciais dentro de Namicopo, também há unidades de saúde, mas a situação é a mesma do centro de saúde de Namiepe, onde há maior número de habitantes necessitando de serviços básicos de saúde.
Os rastros de destruição em Namiepe, causados pela tensão pós-eleições, não destruíram apenas o centro de saúde, mas também o posto policial, e alguns membros das autoridades locais estão vivendo em refúgios devido a perseguições.
Recentemente, o Director do Serviço Distrital de Saúde, Mulher e Ação Social de Nampula, Manuel Eduardo, afirmou à imprensa que não há data para o restabelecimento dos serviços básicos de saúde em Namicopo, devido a questões de segurança, incluindo a segurança dos próprios profissionais.
Manuel Eduardo informou ainda que os profissionais de saúde de Namicopo foram, por enquanto, realocados para outras unidades sanitárias que não foram vandalizadas.
No entanto, nos últimos dias, agravando a situação de acesso aos serviços de saúde para os residentes de Namicopo e de outros bairros, é a greve no sector público declarada por associações profissionais na função pública.
Em uma ronda por alguns bairros da cidade, nesta Quinta-feira, foi possível constatar que havia atendimento precário e, em outros casos, a falta de unidades sanitárias no 25 de Setembro, Primeiro de Maio, Namutequeliua e Mutava-Rex. (INTEGRITY)