De acordo com a família, o jovem recebeu uma ligação para realizar a actividade de Yango, porém não terá utilizado o aplicativo por forma a conectar-se com os clientes, o que veio a dificultar a sua localização.
A falta de informações sobre o seu paradeiro até a hora vespertina do dia 02 de Janeiro gerou aflição entre os familiares, que em lágrimas buscam respostas sobre as circunstâncias e os motivos que terão levado a sua morte trágica.
Para além dos familiares, os moradores do bairro da Liberdade, local onde residia a vítima, lamentam o ocorrido, ressaltando que nenhum caso semelhante teria acontecido antes com algum residente daquele lugar.
“É muito triste o que aconteceu com aquele jovem, ele era muito trabalhador, e isso nos assusta porque aqui no bairro nunca aconteceu algo assim”, disse Tristeza Novela, vizinha da vítima.
Por outro lado, Ernesto Manjate não só se mostrou indignado com o assassinato que aconteceu, mas também ficou muito abalado, visto que este era amigo próximo, conjugado com a forma brutal que lhe foi tirada a vida. “Ele era meu amigo de verdade, não tenho nem com o meu próprio irmão a intimidade que tinha com ele, e a forma como morreu me deixa muito assustado e abalado”, disse.
Mércia Quembo, também residente no bairro da Liberdade, e mãe de três filhos, conta que após ouvir relatos à volta do crime macabro protagonizado contra o seu vizinho, fica muito preocupada a cada vez que os seus filhos vão à rua. “O que aconteceu é muito amedrontador, principalmente porque não são conhecidos os protagonistas do crime, que até podem ser daqui da zona. Actualmente, sempre que os meus filhos saem, meu coração não fica em paz”, referiu.
Em anonimato, uma fonte contou à Integrity Magazine que o crime pode estar associado às ameaças que o jovem terá sofrido, após denunciar a presença de um recluso no seu bairro.
“No dia 26 de Dezembro, quando fazíamos a patrulha pelo bairro percebemos que um nosso vizinho fugiu da cadeia. Após ter-se apercebido da fuga deste, o jovem que foi morto reuniu outros residentes do bairro para que se juntassem e fossem à polícia denunciar”, relatou.
Segundo a fonte, logo depois que os agentes da polícia da República de Moçambique (PRM) veio capturar o fugitivo, ameaças foram tecidas a todos que estiveram envolvidos na queixa. “Assim que vieram levar o moço fugitivo, os amigos ameaçaram os que estavam envolvidos na denúncia, principalmente o jovem que agora está morto, dizendo que queimaram o seu carro. E agora temo que algo aconteça com os outros”, acrescentou.
O jovem assassinado, por sinal o provedor da família, morreu deixando viúva e uma criança com apenas cinco anos de idade. (INTEGRITY)