Em 2005, Armando Emílio Guebuza ascendeu ao poder. Dois mandatos depois, entregou as pastas e as “chaves do País” para Filipe Jacinto Nyusi, em Janeiro de 2015. Nyusi lidera os destinos de Moçambique há oito anos. Faltando apenas dois anos para o término de sua liderança, a “Integrity” decidiu fazer uma análise comparativa de governação dos dois últimos Presidentes no que tange aos prémios, títulos honoríficos, homenagens e lideranças de organizações de grande relevo internacional, enquanto representantes do povo moçambicano.
Longe de se cingir em análises macroeconómicas e reformas públicas exaustivas, a nossa reportagem concentrou-se numa análise comparativa de excelência e da imagem governativa que os dois dirigentes representaram ou representam, seja nacional ou internacionalmente. E os resultados são extraordinários. No entanto, por uma questão de coerência histórica, apresentaremos cronologicamente, ou seja, desde 2005 a 2014, para o Presidente Armando Guebuza, e de 2015 à actualidade, para o Presidente Filipe Nyusi.

- Ordem Amizade e Paz do 1º Grau, Decreto Presidencial n.º 12/2005, de 1 de Fevereiro;
- Malokiha, o endireitador, o que corrige coisas malfeitas. Aquele de quem se espera somente boas coisas, o corrector (Distrito de Chiúre, 2006);
- Maréériha, o que torna as coisas bonitas. O pacificador, o purificador.
- Ordem de Mérito, Chile, 08 de Maio de 2008;
- Prémio do Instituto Afro-Americano, Edição 2008, em reconhecimento do desenvolvimento humano;
- Ordem Amílcar Cabral do 1º Grau, 16 de Novembro de 2008;
- Prémio Africano “Nandi” 2009, em reconhecimento do seu papel na Promoção do Género;
- Prémio Crans Montana 2009, em reconhecimento do seu trabalho visando minorar o sofrimento dos cerca de 20 milhões de moçambicanos;
- Prémio de Ouro, atribuído pela Rede de Investigação de Políticas Agrícolas e Recursos Naturais, FANRPAN, em reconhecimento do seu papel na promoção da Revolução Verde em Moçambique e por o seu Governo injectar os 7 milhões para o desenvolvimento acelerado das zonas rurais e pela Segurança Alimentar e Revolução Verde, Maputo, 01 de Setembro de 2009;
- Prémio do Conselho Superior do Desporto em África, pela sua liderança na criação de condições para a realização, com sucesso, da X Edição dos Jogos Africanos, Maputo de 2011;
- Prémio do Comité Olímpico Internacional Edição 2011, pela forma como tem contribuído e participado na promoção dos ideais olímpicos no País e no mundo;
- Prémio “Excellence Award”, atribuído pela Aliança dos Líderes Africanos contra a Malária (ALMA), pela sua determinação no combate a esta doença;

- Prémio de Ouro da FAO de 2012, pelo seu papel no desenvolvimento rural;
- Em Junho de 2012, a Fundação Agostinho Neto outorgou Armando Guebuza com mais um título honorífico;
- Embaixador de Boa Vontade sobre a Saúde Materna e Infantil – 2013, conferido pelas Primeiras Damas de África, pelo seu papel na promoção da Saúde Materna, Neonatal e Infantil;
- Ordem Excelente da Pérola de África em 2013, pela República de Uganda, em reconhecimento do seu papel a nível político e diplomático no País e na região da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC);
- Cruz de São Marco do Primeiro Grau, por Sua Beatitude Papa e Patriarca de Alexandria e de toda a África, Theodoros II, em 2014, em reconhecimento do seu papel na promoção da Liberdade Religiosa em Moçambique;
- Prémio da Revista The Business Year, a 27 de Junho de 2014, pelo seu papel nas reformas e melhoria do ambiente de negócios em Moçambique;
- Ordem Infante D. Henrique, 03 de Novembro de 2014;
- Prémio Mérito Ambiental, atribuído pelo Ministério do Meio Ambiente, por ocasião dos seus 20 anos, pelo lançamento e liderança da Iniciativa Presidencial “Um aluno, uma planta por ano” e “Um líder, uma floresta nova”, a 19 de Dezembro de 2014;e
- Doutor Honoris Causa em Economia de Desenvolvimento, atribuído pela Faculdade de Economia da Universidade Eduardo Mondlane (UEM), sendo o primeiro do género, desde a independência nacional, em 1975.
Em contrapartida, Filipe Nyusi, após chegar ao poder, em Janeiro de 2015, em substituição de Armando Guebuza, até ao momento, já teve os seguintes prémios e títulos honoríficos:
- Prémio de Mérito na Conservação, atribuído pela International Conservation Caucus Foundation (ICCF), em Setembro de 2016, quando Filipe Nyusi estava a efectuar uma visita de trabalho aos EUA;
- Primeiro título Doutor Honoris Causa atribuído pela Escola de Diplomacia e Relações Internacionais de Genebra, Suíça, em Fevereiro de 2018, em reconhecimento do seu trabalho na restauração de paz duradoura em Moçambique;
- Prémio Prestígio, em Maio de 2019, pelo inquestionável apoio ao desenvolvimento do Desporto em Moçambique. Nyusi foi galardoado no decurso da Sétima Edição da Gala Nacional do Desporto, realizado em Maputo;
- Prémio Formiga 2019, atribuído pela Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), pelo seu empenho e dedicação na melhoria do ambiente de negócio em Moçambique;
- Figura do 2020, atribuído no âmbito dos esforços em prol do desenvolvimento da energia na região e o seu empenho para a Paz semeada na assinatura do Acordo Geral da Paz, em 1992, Roma, entre o Governo moçambicano e a RENAMO (Alberto Chissano e Afonso Dlhakama);
- Prémio Formiga 2021, atribuído em Março de 2022 pela CTA;
- Prémio de Realização Nacional (National Achievent Award), atribuído pelo The Africa American Institute, em reconhecimento das conquistas do povo moçambicano, resultado do contínuo compromisso com uma Governação Representativa, Eficaz e Justa, bem como a Consolidação da Paz e Preservação do Meio Ambiente; concedido em Nova Iorque, durante a 65th Gala Anual;

- Campeão de Riscos de Desastres Naturais em África, em Fevereiro de 2022, atribuído durante a 35ª Conferência Ordinária dos Chefes de Estado e de Governo dos Países que integram a União Africana (UA);
- Doutor Honoris Causa, em finais de 2022, pela Universidade Eduardo Mondlane (UEM), pelos seus feitos na Conservação da Biodiversidade e no Combate às Mudanças Climáticas;
- Prémio Nacional de Gestão do Risco de Desastres, Ambiente e Mudanças Climáticas, em 2023, atribuído pela Revista Banca e Seguros.
Contudo, a atribuição destes prémios nem sempre foi consensual, pelo que houve constantes críticas e questionamentos relativos aos critérios e reais objectivos para a sua atribuição, apesar de, no fundo, demonstrarem algum trabalho realizado pelos vencedores.
Apesar de certos prémios não revelarem qualquer mérito ao galardoado, devido à sua característica tendenciosa, a partir deles é possível fazer outras análises comparativas e desenvolvimentistas do País, ou seja, quem de facto trabalhou afincadamente para o desenvolvimento do povo moçambicano, para que o dinheiro chegasse às várias famílias e a juventude estivesse formada e empregada, diminuído assim os níveis de criminalidade juvenil e a valorização do “verdadeiro amor por Moçambique”.
No entanto, quando faltam dois anos para o fim do mandato do Presidente Nyusi, não seria surpresa para ninguém que surgissem vários prémios e títulos honoríficos, os quais, após o mandato, não tem continuidade, como já aconteceu há anos – isto é o outro lado da guerra pelo poder, ter mais títulos e prémios, à moda Messi e Ronaldo!
Escrito por: Omardine Omar e publicado na segunda edição da Revista Integrity.








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