A medida, tomada ao abrigo das competências que lhe são conferidas pela Constituição, sinaliza uma reorganização estratégica das missões externas, orientada para a diplomacia económica e para o reforço da presença do país nos principais mercados internacionais.
De acordo com um comunicado da Presidência da República, foram exonerados Alexandre Herculano Manjate do cargo de Alto-Comissário em Malawi; Jerónimo João Rosa Chivavi das funções de Alto-Comissário no Quénia e Uganda; e Maria Gustava do posto de Embaixadora na China e Coreia do Norte. Seguem-se as exonerações de Ermindo Augusto Ferreira, anteriormente Alto-Comissário na Índia e Sri Lanka; Belmiro José Malate, Embaixador na Indonésia, Timor-Leste, Tailândia, e Alto-Comissário na Malásia e Singapura; Santos Álvaro, Embaixador na Turquia; e Jacinto Januário Maguni, Embaixador no Brasil, Paraguai, Venezuela e Chile.
Paralelamente, o Chefe de Estado procedeu à nomeação de novos representantes para missões estratégicas. Maria Gustava passa a assumir o cargo de Alto-comissário na África do Sul — um dos principais parceiros comerciais de Moçambique. Jacinto Januário Maguni segue para o Quénia como Alto-Comissário, reforçando a presença moçambicana na África Oriental. Alexandre Herculano Manjate foi nomeado Embaixador no Brasil, país com o qual Moçambique mantém cooperação crescente em sectores como agricultura, energia e educação. António Inácio Júnior passa a representar o país como Embaixador na Turquia, numa fase onde as relações económicas e de investimento entre Maputo e Ancara ganham maior relevância.
A Presidência da República sublinha que este reajuste das missões diplomáticas visa materializar de forma mais efectiva a diplomacia económica, com foco na promoção da imagem do país nos mercados externos, no aumento das exportações, atracção de investimento directo estrangeiro e no reforço das relações comerciais bilaterais e multilaterais. A reorganização procura, assim, alinhar a política externa aos objectivos de desenvolvimento nacional, num processo que privilegia competências técnicas, representatividade e capacidade de articulação internacional.
Esta remodelação marca um dos primeiros movimentos estruturais do Presidente Chapo no domínio da política externa, reforçando a intenção do Executivo em dinamizar a economia através de parcerias estratégicas e maior inserção nos circuitos económicos globais. (Nando Mabica)

