Em declarações proferidas no Seminário de capacitação sobre governação baseada em direitos, que iniciou ontem em Maputo, o activista focou a sua interpelação em dois-pontos, a dimensão da festa e a lista de convidados.
“Um certo procurador, a mulher completou anos, fez uma festa muito grande. Segundo, teve como convidados grandes chefes”, começou Nuvunga, antes de dirigir o seu principal questionamento. “Primeiro, chefe, recebe quanto para ter uma festa assim?”
Nuvunga sublinhou que a festa teve uma “dimensão de festa de empresários, que tem grandes propriedades, grandes coisas”, contrastando-a com o estatuto de servidor público do PGR, cujo salário é “estabelecido na lei, é conhecido”.
Antecipando a possível defesa de que a esposa teria outras fontes de rendimento, Nuvunga insistiu que a transparência é imperativa. “Tem que haver prestação de contas. Tem que dizer como. E também mostrar os recibos daquela festa grande. Mostrar os recibos. E mostrar, olha, a fonte veio daqui”, exigiu.
A presença política e outras figuras na celebração foi o segundo ponto veemente condenado pelo Director do CDD. “E esses convidados, os políticos e os ministros e estão fazendo o que na sua festa? Não pode”, afirmou Nuvunga.
Para o activista, a função de um procurador como “guardião da legalidade” exige um círculo de relações mais restrito e profissional. “Na festa de um procurador tem que estar outros procuradores, juízes, escrivãos. São esses que têm que estar lá”, defendeu.
Nuvunga argumenta que ter na mesma celebração pessoas que o PGR, por dever de ofício, deve fiscalizar, “está pondo em causa a integridade da instituição”. (Ekibal Seda)