“Quero esclarecer que nós estamos interessados em fazer parte do diálogo. O que nós não fizemos foi participar no lançamento desta etapa do diálogo nos distritos e nas províncias, porque estamos mostrando um sinal de protesto”, afirmou Venâncio nas suas redes sociais.
Venâncio detalhou que a carta solicitava a integração do partido na Comissão Técnica do diálogo, dado que o ANAMOLA já está legalmente constituído. No entanto, segundo Mondlane, não houve nenhuma resposta. O único contacto recebido foi um convite tardio na Sexta-feira, por volta das 23 horas, para que os coordenadores provinciais e distritais participassem no lançamento da Segunda-feira.
“A carta foi feita para o chefe do governo, Daniel Chapo. Esta mesma carta foi para conhecimento da comissão técnica, União Europeia, IMD, MASC e de todos os chamados partidos signatários. Portanto, nenhum deles, até hoje, nos respondeu”, denunciou Mondlane.
Mondlane sublinhou que a sua formação exige um debate com “seriedade” e de forma “formal e institucional”. Ele defendeu que o ANAMOLA, cujas propostas centrais sobre reformas políticas, judiciais e fiscais são, na sua visão, a razão principal da existência do próprio Diálogo Nacional Inclusivo, tem todo o interesse em participar.
ANAMOLA lança a sua própria auscultação pública
Em contrapartida, à exclusão e falta de resposta, o ANAMOLA tomou a decisão de avançar com a sua própria auscultação pública para debater as suas propostas de reforma para o país.
“Tomamos a decisão de também fazer uma auscultação feita pelo nosso próprio partido. Queremos ouvir, nós temos uma série de ideias… desde a reforma da Constituição, sobre o sistema judicial, sobre a reforma fiscal, sobre a política económica do país”, explicou o líder partidário.
A consulta pública teve o seu início nas redes sociais, com um primeiro inquérito focado num dos pilares de reforma. O plano do partido é expandir a auscultação para o nível nacional e internacional em diferentes plataformas na próxima semana, num processo que deverá durar cerca de 24 dias.
Venâncio Mondlane concluiu, reiterando o compromisso do ANAMOLA com o diálogo, mas reforçando que a sua ausência no lançamento oficial é uma questão de princípio. “Nós não estamos contra o diálogo. Pelo contrário, nós somos a favor do diálogo.” As ideias consolidadas desta auscultação serão depositadas na Comissão Técnica em Dezembro, mesmo perante a actual exclusão do partido. (Ekibal Seda)