Num comunicado divulgado pelo Conselho Directivo Nacional, a ORMM justifica a medida com “anomalias reportadas e verificadas” por uma comissão de inquérito interna. Embora os detalhes não tenham sido revelados, a Ordem admite que há irregularidades graves nos processos de certificação e habilitação de futuros médicos.
A suspensão, que atinge directamente jovens formados nesta universidade, impede-os de avançar com o registo profissional e exames de acesso, pondo em causa a sua integração no mercado de trabalho. Ao mesmo tempo, a medida expõe riscos mais profundos: quantos profissionais de saúde já estarão no sistema com diplomas ou certificações suspeitas?
A decisão reacende o debate sobre a proliferação de universidades privadas em Moçambique e a fiscalização da qualidade de ensino ministrado, sobretudo em áreas sensíveis como a medicina, onde falhas na formação podem ter consequências fatais para os doentes.
A Ordem dos Médicos prometeu divulgar um novo comunicado assim que a verificação interna estiver concluída. Até lá, permanece a incerteza para dezenas de graduados e a sombra de uma possível crise de confiança no sistema de formação médica do país. (Nando Mabica)