Para responder a este desafio, a Administração Nacional de Estradas (ANE) anunciou a aquisição de novos radares de controlo de velocidade, a serem instalados nos principais corredores nacionais. A iniciativa, financiada pelo Banco Mundial com um montante superior a 13 milhões de meticais, integra-se no Projecto de Comércio e Conectividade da África Austral (PCCAA). O objectivo é claro: reduzir o número de infracções, prevenir acidentes e reforçar a segurança nas estradas.
A medida complementa a recente compra de 12 veículos-laboratório destinados a dinamizar a fiscalização rodoviária em todas as províncias do país. No entanto, especialistas defendem que o investimento em tecnologia, por si só, não basta. É necessária uma estratégia holística que aborde outros factores estruturais, como a formação de condutores, a melhoria da sinalização, o estado das vias e o cumprimento rigoroso das leis de trânsito.
Além do impacto directo na segurança rodoviária, o PCCAA tem uma ambição económica mais ampla. Pretende transformar Moçambique num hub de comércio e logística na África Austral, com melhorias ao longo dos corredores da Beira, Nacala e Maputo, e na fronteira da Ponta do Ouro com a África do Sul. Para o Malawi, país sem acesso ao mar, o projecto é vital para diversificar as exportações e garantir uma maior integração na economia regional e global.
Resta saber se a combinação de novos equipamentos, reformas institucionais e integração regional será suficiente para inverter a curva ascendente de mortes nas estradas e consolidar a visão de um sistema rodoviário mais seguro e eficiente. (Nando Mabica)