Ferreira, que obteve o maior número de votos com 37%, nas eleições internas realizadas em 25 de Maio, viu sua vitória ser contestada porque não atingiu a maioria absoluta, exigida para a consagração formal. Em resposta, submeteu, na Sexta-feira passada (31 de Maio), uma providência cautelar ao Tribunal Judicial do Distrito Municipal Kamavota, solicitando a suspensão imediata da segunda volta do escrutínio.
No requerimento, datado de 30 de Maio, Ferreira alega que a decisão de convocar uma nova eleição não tem respaldo nos estatutos do partido. Ferreira sustenta que, segundo os mesmos estatutos, “salvo nos casos expressamente previstos, as deliberações dos órgãos centrais do Partido são tomadas por maioria simples dos votos”. Deste modo, defende que sua eleição foi legítima e conforme as normas internas da organização.
Apesar da contestação judicial, a direcção do partido manteve a decisão de realizar uma segunda volta da eleição dentro de três semanas. No entanto, essa nova votação deverá ocorrer sem a participação de Alberto Ferreira, que formalizou a retirada da sua candidatura.
“Todas as decisões tomadas devem ser respeitadas por todos os membros”, reiterou o dirigente do partido, reforçando a posição da liderança diante da crise.
A disputa pela Secretaria-Geral do PODEMOS expõe divisões internas e levanta dúvidas sobre a coesão da formação política às vésperas de processos eleitorais internos. (Nando Mabica)