A posição foi detalhada por Fernando Bismarque, Deputado e Director de campanha eleitoral do partido nas eleições de 2024, que destacou um mal-entendido por parte do público sobre o posicionamento do MDM.
Segundo Bismarque, o boicote foi uma forma de solidariedade às vítimas de repressão e uma manifestação contra as fraudes que, segundo o partido, marcaram momentos após as eleições gerais.
“Era uma posição de solidariedade com as vítimas de baleamentos, da morte e mais. E também é uma forma de manifestar repúdio ao processo eleitoral. No entanto, isso não significa que abdicamos definitivamente dos assentos”, esclareceu.
Este, também afirmou que o gesto não tinha como objectivo reverter a validação dos resultados pelo Conselho Constitucional. “Não significa que aquela acção pudesse ter um resultado, o Conselho Constitucional revertendo [os resultados]. Já foi tomada a decisão de eleger”, reiterou.
O deputado confirmou que o partido pode assumir os assentos atribuídos a qualquer momento no prazo legal de 30 dias. “Podíamos ter tomado, mas optámos por protestar naquele momento. A qualquer altura, dentro de trinta dias (voltamos).
Bismarque enfatizou que a decisão de não participar na investidura inicial não deve ser confundida com uma abdicação do MDM da casa do povo. “Não significa abdicar em definitivo dos assentos. A qualquer altura claramente vai tomar posse. É que as pessoas estão percebendo mal, a interpretar mal”, reforçou.
Há-de se lembrar que a decisão havia sido confirmada ao Integrity Magazine, pelo porta-voz do partido, Ismael Nhacúcue. Segundo Nhacúcue, a decisão reflectiam a necessidade de alinhar o partido com a vontade popular.
“O povo está dizendo que não votou na Frelimo, e nós, como defensores da verdade eleitoral, não podemos fazer parte de uma Assembleia que surge de um processo fraudulento”, afirmou. (Bendito Nascimento)