Em entrevista exclusiva à Integrity Magazine News, esta Sexta-feira, na cidade de Maputo, Mondlane afirmou que a data deve ser marcada por reflexão e reconhecimento, apelando aos moçambicanos para permanecerem em casa:
“Todas as pessoas devem ficar nas suas casas e reflectirem sobre o que aconteceu. É um dia para lembrar os nossos heróis que tombaram nas manifestações”, declarou.
Apesar do apelo à paralisação total das actividades, Mondlane afastou a ideia de marchas ou protestos de rua, sublinhando que a homenagem deverá decorrer de forma pacífica e simbólica.
“No dia 19 de Outubro, Moçambique vai parar do Norte ao Sul, do este ao Oeste. Ninguém trabalha neste dia. Se quiserem chamar-me à procuradoria, podem chamar, mas dia 19 é feriado nacional”, afirmou.
O líder da Anamola aproveitou ainda a ocasião para acusar o regime e alguns partidos da oposição de excluí-lo do processo de diálogo nacional actualmente em curso, considerando tal atitude uma tentativa de o silenciar politicamente.
As manifestações de Outubro de 2024, convocadas em reacção aos resultados eleitorais, provocaram várias mortes e detenções, sobretudo em Maputo, Nampula e Beira. Na altura, Mondlane foi uma das figuras mais visíveis das mobilizações, tendo denunciado uso excessivo da força pelas autoridades e falta de transparência no apuramento dos votos.
A nova convocatória de Mondlane agora sob o formato de um “feriado simbólico” — surge, assim, como continuação do seu discurso de resistência, mas com um tom mais pacífico, centrado na memória e na reflexão nacional. (Nando Mabica)