Segundo o relatório, entre os 54 países, 11 estão completamente desaconselhados para viagens. Moçambique está neste grupo, ao lado de nações como Chade, Níger, Mali, Sudão, Sudão do Sul, Somália, Iémen e República Centro-Africana. Outros 19 países, incluindo Angola, Quénia, Tanzânia e República Democrática do Congo, têm restrições parciais.
O jornal britânico Birmingham Mail destacou que nove países foram recentemente adicionados à lista vermelha, incluindo Moçambique, Rússia, Bielorrússia, Sudão e Irão. Estas actualizações reflectem o agravamento das condições de segurança em várias partes do mundo, com conflitos armados, protestos violentos e repressões governamentais a colocarem turistas em risco.
Moçambique tem enfrentado um clima de tensão desde as eleições gerais de Outubro de 2024, que deram vitória ao actual presidente Daniel Chapo, da Frelimo. A oposição, liderada por Venâncio Mondlane, alegou fraude eleitoral e convocou manifestações que resultaram em forte repressão policial contra população indefesa, em uma acção que causou mais de 300 mortos.
Esta não é a primeira vez que Moçambique é associado a elevados níveis de violência. Em Janeiro de 2024, o país figurava no 45º lugar da lista dos 50 países mais violentos do mundo, elaborada pelo Projecto de Localização de Conflitos Armados e Dados de Eventos (ACLED). Embora tenha subido oito posições em relação ao relatório anterior, a classificação de “turbulento” mantém-se consistente, e 2025 está na posição 40.
O ACLED baseia a sua avaliação em indicadores como número de mortes violentas, ataques a civis e presença de grupos armados fragmentados. Em 2024, Moçambique dividiu espaço com o Brasil como os únicos países de língua portuguesa na lista, destacando-se por conflitos relacionados a grupos insurgentes e instabilidade política.
A inclusão de Moçambique entre os países mais perigosos pelo Foreign Office reforça a imagem de instabilidade que o país tem projectado no exterior. A violência armada, somada às fortes manifestações respondidas por brutalidade policial, ameaça não apenas a segurança interna, mas também o turismo e os investimentos estrangeiros.
Enquanto isso, organizações internacionais e governos estrangeiros continuam a monitorar a situação no país, recomendando aos seus cidadãos que evitem viagens até que haja melhorias significativas nas condições de segurança. (Bendito Nascimento)
