A situação de perseguição já está a preocupar os membros do PODEMOS e coloca em causa a questão da segurança dos líderes partidários levantando debates de intolerância política no país. Em vários distritos coordenadores deste partido estão a abandonar as suas residências por temerem ser os próximos alvos.
O PODEMOS já viu os seus membros activos assassinados, perseguidos e torturados. O caso que mais repercutiu foi o assassinato de Elvino Dias e Paulo Guambe, assessor jurídico do candidato presidencial Venâncio Mondlane e o mandatário nacional do PODEMOS respectivamente ocorrido no dia 19 de Outubro.
A perseguição não parou por aí, ainda ontem (5 de Janeiro), no distrito de Moatize, província de Tete houve uma tentativa falhada de assassinar o delegado político desta formação política naquele ponto do país, protagonizada por desconhecidos.
Na última sexta-feira (3 de Janeiro) foi morto a tiros, no distrito de Montepuez em Cabo Delgado, o chefe de mobilização do PODEMOS daquele distrito, que em vida respondia pelo nome de Abdul Bacar.
Segundo testemunhas a acção foi protagonizada por indivíduos que vestiam fardamento igual ao das forças locais. Para além disso contam que a vítima vinha queixando-se de perseguição.
Na Zambézia, concretamente em Mocuba, o delegado do PODEMOS, Xadreque Miguel, foi baleado nas costas dentro da sua residência. Relata-se que o mesmo já era perseguido por ter organizado marchas de reivindicação dos resultados eleitorais naquela região. Antes disso foi detido por incitação a violência.
Em Angoche, província de Nampula, o delegado distrital do PODEMOS viu a sua residência incendiada em um acto descrito como de vingança política. Trata-se de Ossufo Júlio Mucussete, conhecido como professor Nazore.
O incêndio não causou vítimas humanas, apesar do sinistro ter ocorrido com os residentes no interior da casa, mas resultou na destruição de todos os bens da família do delegado distrital.
Em Setembro de 2024 antes da tensão eleitoral instalar-se o delegado do PODEMOS no posto administrativo de Nhamapassa, distrito de Báruè em Manica foi brutalmente espancado na sua residência. Conta-se que este caso ocorreu devido a fixação de materiais de propaganda eleitoral.
Cenários similares aconteceram em Tete, Inhambane e Nampula, onde membros activos são continuamente perseguidos e alguns encontram-se desaparecidos sem informações sobre o seu estado de saúde.
Estes são alguns dos episódios de perseguição de figuras destacadas do partido PODEMOS, que apoiou a candidatura presidencial de Venâncio Mondlane, nestas eleições. Em todos os casos os protagonistas das acções não foram detidos e nem sequer identificados. (Ekibal Seda)