Forquilha falava nesta terça-feira (3 de Dezembro) em Maputo, na mesa redonda entre actores políticos e sociedade civil sobre alternativas de soluções para o contexto pós-eleitoral, um evento organizado pelo Instituto Para Democracia Multipartidária com vista a encontrar ideias para o fim da actual tensão política causada pela reivindicação dos resultados eleitorais.
Para Forquilha é necessário entender as causas dos problemas que o país tem e identificar os actores fundamentais para a sua resolução. O PODEMOS quer que se faça justiça eleitoral, pois as eleições têm matérias que podem permitir alcançar a verdade eleitoral.
“Não partimos apenas para dizer que temos que anular eleições. Porque? O que nos faz anular é a fraude? Como se construiu essa fraude e a quem responsabilizar? Se (…) não há como trazer a justiça eleitoral então podemos procurar outras soluções mas a primeira é a verdade eleitoral”, afirmou.
O líder do PODEMOS entende que o Conselho Constitucional deveria convocar os partidos políticos concorrentes, a sociedade civil, jornalistas e observadores para junto dos juízes analisarem as actas e os editais de forma que testemunhem a vitória de quem for declarado vencedor do escrutínio.
Contrariamente ao PODEMOS a RENAMO, assim como o MDM, com vista a acabar com a actual tensão sociopolítica, propõem a anulação do pleito eleitoral e a repetição das eleições dada as irregularidades verificadas.
“Na verdade temos que encontrar alguma forma para podermos ultrapassar esta crise, pode parecer que não mas a verdade é uma, Moçambique está em crise. E olhando para aquilo que foi feito nestas eleições (…) nas urnas encontrou-se que o número de votos está acima do número de votantes é inconcebível”, lamentou a secretária-geral da RENAMO, Clementina Bomba.
“As eleições que ocorreram este ano foram manipuladas, os resultados anunciados pela Comissão Nacional de Eleições não reflectem a vontade dos eleitores (…) Para sair desse impasse só há dois caminhos possíveis, o primeiro caminho é a recontagem dos votos (…) ou a anulação das eleições e sua repetição”, propôs Lutero Simango Presidente do MDM.
Na mesma ocasião o Presidente do partido Nova Democracia, Salomão Muchanga, disse que dada as irregularidades verificadas os órgãos de administração eleitoral já deveriam ter pedido desculpas aos moçambicanos, em particular aos eleitores.
“Os moçambicanos rejeitam categoricamente os resultados anunciados pela CNE, esse é que é o ponto (…) Neste momento a responsabilidade é mais acrescida ao Conselho Constitucional”, afirmou Muchanga apelando uma demissão colectiva da Comissão Nacional das Eleições.
Refira-se que o partido Frelimo, declarado vencedor das eleições de 9 de Outubro, pela CNE, não compareceu ao encontro e nem se quer justificou a sua ausência. (Ekibal Seda)