O CONTRASSENSO: Uma estrada que movimenta a economia esburacada e a outra em condições que serve de dormitório e pastos de gados e caprinos

Em contrapartida, são mais de 500 quilómetros que o governo moçambicano investiu milhões de meticais na estrada que interliga os distritos de Chicualacuala, Mapai, Mabalane, entre outros para uma estrada que só serve de pátio para os bois se aquecerem e matarem as carraças que insistem em persegui-los.

A situação chega a ser preocupante, uma vez que enquanto uma estrada esburacada movimenta a economia e possui portagens, a outra estrada em condições, possui pouco fluxo de viaturas, está em boas condições, não possui nenhuma portagem ao longo dos pouco mais de 500 quilómetros, mas uma vasta população de gados bovinos, caprinos e suínos ao longo da estrada. Na calada da noite, se não prestas atenção podes embater numa carroça ou em animais que por ali se encontram.

É verdade que a construção da estrada Caniçado-Mapai reduziu de 14 para 6 horas de tempo de viagem, assim como para a chegada à Chicualacuala que era um martírio, entretanto, o contrassenso surge porque o fluxo e o retorno do investimento não são visíveis em comparação com a EN1 que há mais de 15 anos vem acumulando buracos atrás de buracos e prejuízos avultados sem nenhum retorno, em contrapartida, em 2021, os chineses concluíram a construção da EN 221, que veio mudar a comunicação entre os distritos do interior de Gaza com o resto da província e o País, depois do saqueamento agressivo do orçamento da obra por uma empresa portuguesa em conluio com certos comissionistas da província e a nível central.

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O problema surge porque em termos de rentabilidade imediata para garantir a própria manutenção da estrada não se vislumbra, uma vez que num dia, não chegam a circular acima de 50 viaturas no troço, para além de maior parte das mercadorias que saem de Moçambique para o Zimbábwe, seguirem via comboio, apenas nas quintas-feiras e um dos dias do final de semana, facto este que se torna difícil verificar camiões de mercadorias a circularem por aquela região.

De salientar que a EN 221 foi inaugurada no dia 03 de Dezembro de 2021 pelo Presidente da República, Filipe Nyusi e segundo foi anunciado na altura, a mesma visa ser uma via alternativa a EN1, para além de incrementar a promoção das actividades agrícolas, faunísticas, florestais e turísticas dos distritos de Guijá, Mabalane, Mapai, Chicualacuala e Massangena, no entanto, o que se verifica no terreno é que este desiderato não esta a ser alcançado, havendo até mais possibilidade para fuga dos furtivos ou redes criminosos, depois de actuarem nos países vizinhos de Moçambique!

Contudo, seria interessante que todas as províncias e distritos tivessem estradas do mesmo género, principalmente, depois que a EN1 ser curada da doença dos buracos, covas e latrinas que pelo caminho verifica-se. (Omardine Omar)