Com 51 anos de idade, o empresário Abdul Gafar Gulam entrou em Portugal com a companheira e um filho em meados de 2024, tendo fixado residência na zona de Odivelas, mas só entrou no sistema de alerta da Interpol no início deste ano.
“Como Director de uma empresa, entre 2019 e 2023, ordenou a transferência para as Ilhas Maurícias, Emirados Árabes Unidos, China, Japão e Portugal de cerca de 140 milhões de dólares americanos, supostamente para a importação de mercadorias que nunca foram realmente desalfandegadas em território nacional moçambicano”, descreve a Judiciária em comunicado. “Com a ajuda de despachantes aduaneiros, falsificou documentos de desalfandegamento de mercadorias e enviou-os a bancos comerciais para justificar as transferências feitas para o estrangeiro”.
Parte significativa deste montante provinha de transferências e depósitos em dinheiro por familiares seus já presos pelo envolvimento em tráfico de droga e lavagem de dinheiro. Abdul Gafar Gulam, que em Portugal se dedicava ao ramo imobiliário, mas também às exportações e importações, é procurado não só por estes delitos como também por associação criminosa e abuso de confiança. Poderá vir a ser condenado numa pena até 16 anos de prisão.
“As empresas foram criadas principalmente para ocultar e dissimular a origem dos rendimentos do tráfico de droga”, descreve ainda a Judiciária, explicando que só conseguiu localizar o suspeito depois de um “persistente trabalho de recolha de informação”.
Em Nampula, no norte de Moçambique, a família Gulam dirigia o prestigiado grupo empresarial Maiaia, entretanto falido. Dois membros seus fugiram para Portugal em 2013, deixando para trás 50 milhões de dólares de dívidas à banca. Um deles foi detido no Verão passado no aeroporto de Maputo, vindo dos Emirados Árabes Unidos, no âmbito de uma mega-operação anti-branqueamento do Gabinete Central de Combate à Criminalidade Organizada e Transnacional do Ministério Público moçambicano. Segundo a imprensa daquele país, os Gulam detêm um invejável património imobiliário em Portugal, adquirido em circunstâncias não muito claras.
Além de se dedicar ao ramo imobiliário, o suspeito tinha aberto em Portugal uma firma unipessoal chamada Avenida Gengibrada, que tinha como objecto social importação e exportação dos mais variados bens. (Público/ LUSA_INTEGRITY)








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