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Padre Fonseca denuncia corrupção e abandono em Cabo Delgado e diz que a guerra não se trata de religião…

INTEGRITY-MOÇAMBIQUE, 21 de Novembro de 2025-Em Cabo Delgado, a guerra já dura mais de oito anos. As balas silenciam vozes, a fome substitui a fé e a esperança tornou-se artigo de luxo. Entre o barulho das armas e o silêncio cúmplice das autoridades, o povo vive entre ruínas físicas e espirituais.

21 de Novembro, 2025
em Grande Entrevista
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Padre Fonseca denuncia corrupção e abandono em Cabo Delgado e diz que a guerra não se trata de religião…
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O Padre Fonseca, que acompanha o sofrimento das famílias deslocadas, fala nesta entrevista com o Integrity Magazine sobre as feridas que não se vêem: a corrupção da ajuda, o medo como política e a erosão moral de um país que parece ter esquecido o valor da vida.

 Integrity Magazine: Padre, o senhor tem acompanhado de perto o sofrimento das famílias deslocadas. O que mais o choca hoje, a violência das armas ou o silêncio das autoridades diante da dor do povo?

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Padre Fonseca: A guerra traz sempre feridas enormes. A guerra de Cabo Delgado não só provoca enormes, mas que dificilmente iremos curá-las. São feridas que podem nos trazer ainda outras feridas, quer dizer, o tempo vai passando, já são mais de oito anos, e na medida que a paz demora de ser alcançada, a guerra continua, aí vai tendo vários outros mares.

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As pessoas vão perdendo as situações, o senso moral, o senso crítico, o senso da reflexão, o senso da humanidade. Então, tudo isso pode tornar Cabo Delgado um local sem lei, um local de sobrevivência, um local onde o ser humano vai sendo relativizado no que conserva os seus direitos, seus deveres. Então, este é o ponto que nos preocupa hoje. Por isso, vamos nós continuarmos a aclamar que haja o silêncio das armas, que se resolva o problema do terrorismo em Cabo Delgado.

Integrity Magazine: Muitas organizações humanitárias denunciam corrupção e manipulação da ajuda. A Igreja também tem sentido essas interferências? Quem se aproveita da miséria dos deslocados?

Padre Fonseca: Enquanto o ser humano vive correndo da guerra, fugindo dos ataques, não tem tempo para poder pensar na questão religiosa, na questão espiritual. Não tem tempo de pensar, estudar, desenvolver alguma coisa.

O que pensa é só sobrevivência. Então, com o calar das armas, as pessoas vão se concentrar e, como eu dizia, para poderem ter as práticas de rotina que tinham, que visavam esse relacionamento com Deus, esse relacionamento entre as pessoas, essa convivência pacífica, isso que nós chamamos de cura. Então, se houver assim, está criando condições. Por isso, nós dizemos não à guerra. E que haja paz, que haja paz.

Integrity Magazine: Há líderes religiosos e civis, com medo de falar, com receio de represálias. Que poder é esse que transforma o medo em política e o silêncio em regra?

Padre Fonseca: A prática da corrupção, mesmo em pequenos modos, em pequenas proporções, é corrupção. Eu tenho dito que enquanto nós não tivermos o senso do mal, enquanto nós não olharmos de que qualquer questão de compra de favores, tudo isso. Tem-se denunciado, por exemplo, que no mesmo processo de distribuição de comida, as pessoas que vão lá têm que pagar.

O que quer dizer isso? Nós recebemos apoio de várias pessoas, de vários organismos, e na hora só de entregar a quem deve receber, quem merece, quem está necessitando daquela comida, nós queremos aproveitar. Esses males são denunciados e nós, como Igreja, nós como activistas sociais, activistas dessa nossa terra, o que nós dizemos é: não se aproveite a carência, não se aproveite essa situação humanitária para perpetuar-se práticas de corrupção. Então, nós temos que construir uma sociedade onde as coisas funcionem como devem ser, pautando-se na ética e moral, pautando-se nos nossos princípios e valores que têm construído Moçambique, que têm construído os povos africanos.

Integrity Magazine: Há comunidades que vivem há anos em campos de deslocados, sem-terra, sem futuro e sem voz. Que tipo de ferida humana e espiritual essa guerra está deixando no povo de Cabo Delgado?

Padre Fonseca: A criação de campos deslocados, ou qualquer assentamento temporário, ou qualquer caso de acolhida com intenção de melhorar a situação temporariamente, o próprio termo tem limites. Então, não há nenhuma capacidade que possa manter com comodidade, com boas condições, qualquer campo de deslocados. Então, o tempo já é acima do esperado, mesmo se houvesse condições económicas muito boas, ninguém conseguiria trazer uma tranquilidade, uma comunidade boa, diferente de quem está na sua própria casa.

Então, o melhor lugar é o caso onde essas pessoas, a proveniência dessas pessoas. Então, pedimos que haja paz nesse local, para que ninguém fique aqui acusando de que não há apoio, ninguém fique lamentando. O que nós queremos é que essas pessoas voltem às suas casas, porque não há condições mínimas para manter essas pessoas em estado digno. Então, é isso que nós observamos. Por isso, com a provocação dessas feridas, nós já falamos, principalmente a questão da exclusão social que vai se manter, porque, afinal, essas pessoas estão longe. Então, nós apelamos a que se volte, que se criem condições para as pessoas voltarem, onde terão condições de viver como antes, com mínimas condições ou não, mas lá terão tranquilidade, terão a paz, terão o seu convívio familiar como antes. Isso mostra que, afinal, estão na própria terra, estão na própria casa. E só isso, voltar para o local de proveniência, retomar as suas actividades, será um processo gradual de cura, de cura. Então, nós queremos que essas feridas sejam curadas e para isso precisa o esforço de todos, de todos os atores sociais, políticos, as organizações não-governamentais, para podermos criar essas condições para que haja paz e as pessoas voltem às suas proveniências.

Integrity Magazine: A guerra em Cabo Delgado começou com uma bandeira religiosa, mas hoje muitos dizem que Deus foi substituído pelo dinheiro. Como o senhor vê essa transformação espiritual e moral do conflito?

Padre Fonseca: Como em vários lugares do mundo, o terrorismo na região de Caldeirada, no Médio Oriente, tem vestido a cara da religião. Mas isso, como vários outros pesquisadores, têm compreendido que hoje é mais uma questão económica, uma questão militar, uma questão política, porque a guerra tem deixado vítimas mortais, quer cristãos, quer muçulmanos, quer os que não professam nenhuma religião oficial, os que chamamos de religião tradicional africana. Então hoje não se pode, mesmo que haja publicidade de que se trata de jihad, de uma guerra religiosa, não.

Porque nós já vimos o quanto eles atacam, vão saqueando, vão roubando, vão destruindo tudo, vão desestabilizando a província de Caldeirada, vão desestabilizando o Estado. Então eles podem usar, sim, essa capa de uma guerra religiosa, mas não podemos aceitar que se trate disso, porque, afinal, já vimos muitos traços, embora em vários lugares eles tenham falado sobre isso, eles mesmos, os terroristas, tenham falado sobre isso, e são eles que buscam essa forma de publicidade para poder, digamos, disseminar a notícia do Estado Islâmico. Então nós não podemos aceitar, nós temos que lutar contra essa concepção, porque sempre se conviveu entre muçulmanos e cristãos.

O que está em causa é um grupo radical, um grupo com fanatismo que busca disseminar essa informação. Então nós temos que, também como uma sociedade multirreligiosa, multiétnica, encontramos sempre formas de diálogo, de reconciliação, de tolerância, para poder desmentir essa concepção deles.  Então, o mal, o mal da guerra, deve ser denunciado. O mal do silêncio, daquele que deveria resolver, deve ser denunciado. O mal daquele que usa a religião para poder atacar as pessoas, roubando seus bens, nós temos que denunciar.

O mal de quem está ali, em vez de distribuir os bens que foi encarregue para distribuir, mas fica manipulando, fica cobrando as pessoas, fica procurando subornos, deve ser denunciado. O mal de quem aproveita a fragilidade, a vulnerabilidade das pessoas para abusá-las, deve ser denunciado. O mal de quem deveria vestir a camisa para defender, como militar, como polícia, como qualquer um, mas em vez de fazer isso, fica importunando as pessoas, deve ser denunciado. O mal de quem está lá, como deslocado, mas vive enganando as pessoas, vive, digamos assim, criando confusões, conflitos, deve ser denunciado.

Então, uma sociedade que nós temos que construir para o bem dessa sociedade, tem que evitar o mal. O princípio ético é isso, praticar o bem e evitar o mal. Assim nós construiremos uma sociedade mais fraterna, uma sociedade mais solidária, uma sociedade mais pacífica. Porque Moçambique, nós queremos a paz, nós queremos a paz, nós queremos a paz em Moçambique.

Integrity Magazine: Depois de tanto sangue e abandono, o que seria, para o senhor, uma paz verdadeira em Cabo Delgado, uma paz que devolva dignidade, não apenas segurança?

Padre Fonseca: Porque Moçambique tem observado várias pessoas perseguidas pelo fato de denunciar os males, aproveita-se dessa mesma prática para silenciar as pessoas, implantar-se o medo. Por outro lado, nós encontramos aqui o que chamamos os profetas de vários tempos, os profetas de várias sociedades que têm vestido a camisa como activistas, todo profeta precisa anunciar e denunciar. O silêncio, tenho dito, estaríamos a compactuar, seríamos coniventes. Então, é bom que nós saibamos. Enquanto continuarmos vivos, quando estivermos observando esses males, se mantermos o silêncio, porque teremos medo de sermos perseguidos, estaremos concordando com quem pratica.

Padre Fonseca fala com a serenidade de quem acredita na paz e a firmeza de quem já viu demais para se calar. A sua voz ecoa como um alerta moral: enquanto o silêncio for regra, a injustiça continuará na lei. E, em Cabo Delgado, onde o pó cobre a fé e a fome mata devagar, o maior pecado já não é a guerra, é a indiferença de quem podia fazer algo, mas escolheu o silêncio. (Milda Langa)

Tags: AbandonoCabo DelgadoDenunciaPadre Fonseca
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