A decisão foi tomada durante uma reunião realizada no pavilhão multiuso da Escola Secundária Joaquim Maquival, que contou com a presença de docentes, representantes das Zonas de Influência Pedagógica, e dos secretariados distritais da Organização Nacional dos Professores (ONP/SNPM) e da Associação Nacional dos Professores (ANAPRO).
Os professores afirmam que todas as tentativas de diálogo com as autoridades locais e do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano fracassaram, apesar dos diversos pedidos de esclarecimento submetidos desde Março deste ano ao Serviço Distrital de Educação, Juventude e Tecnologia (SDEJT) de Milange.
De acordo com o comunicado divulgado, os docentes consideram “falsas e ofensivas” as declarações recentemente proferidas pelo Ministro da Administração Estatal e Função Pública, Inocêncio Impissa, e pelo Administrador do Distrito de Milange, Joaquim Phare, segundo as quais o pagamento das horas extras de 2023 já teria sido efectuado.
Os professores classificam tais declarações como uma “tentativa de enganar a classe docente”, alegando que nenhum educador do distrito recebeu os valores em causa.
Diante da ausência de respostas concretas, os sindicatos decidiram, com base na legislação laboral moçambicana, suspender todas as actividades lectivas até que o Governo se pronuncie oficialmente sobre o pagamento das horas extras e regularize a situação.
O documento, assinado pelos representantes das organizações sindicais, alerta ainda contra qualquer forma de intimidação, coerção ou ameaça disciplinar a docentes que aderirem à paralisação.
Os professores de Milange afirmam que a greve vai permanecer em vigor até que haja uma resposta satisfatória das autoridades competentes e apelam à solidariedade das comunidades escolares e da população em geral.
“Estamos a lutar pelo respeito aos nossos direitos e pela dignidade da profissão docente”, conclui o comunicado. (Nando Mabica)







