De acordo com Ministério da Saúde de Gaza, o total de mortes causadas directamente por bombardeios e ataques terrestres israelitas ultrapassa as 66 mil vítimas em menos de dois anos. O número representa a morte de, ao menos, 3% dos habitantes da Palestina.
Já um artigo científico publicado na revista The Lancet, alertou que as mortes causadas por factores indirectos, como desaparecidos sob escombros, fome, sede ou falta de tratamento para os feridos poderiam elevar o número total de vítimas para até quatro vezes.
Com base na metodologia do estudo da The Lancet, e considerando o cenário actual de 66 mil mortes directas e o agravamento da crise humanitária a projecção indica que o número real de fatalidades poderia ser superior a 300 mil pessoas, o equivalente à cerca de 15% da população total de Gaza antes do início do conflito.
Além do alto número geral de vítimas, a ofensiva tem impactado desproporcionalmente grupos vulneráveis e profissionais essenciais. As autoridades de Gaza registaram mais de 18 mil crianças e 13 mil mulheres mortas em resultado dos ataques de Israel.
O período da guerra viu um aumento de 300% nos abortos involuntários. A queda de nascimentos no primeiro semestre de 2025 foi de 41% em relação ao mesmo período de 2024, indicando o colapso do sistema de saúde reprodutiva e a insegurança para as gestantes, estimadas entre 50 a 60 mil nos próximos seis meses.
Há registos de pelo menos 274 profissionais da comunicação mortos, de acordo com o Comité para a Protecção dos Jornalistas. A Crescente Vermelha, entidade de auxílio em países muçulmanos, reportou 1,4 mil profissionais da saúde falecidos. A UNRWA, por sua vez, afirma que 203 funcionários das Nações Unidas foram mortos por Israel enquanto trabalhavam em missão humanitária.
Adicionalmente, dados das autoridades de Gaza indicam que mais de 40 mil crianças palestinas ficaram órfãs de pai ou de mãe desde 7 de Outubro de 2023. A escassez de suprimentos básicos, água e medicamentos, agravada pelo bloqueio, transforma os em potenciais vítimas indirectas da falta de tratamento. (Ekibal Seda)