O Governador da Província de Nampula, Eduardo Mariamo Abdula, reconheceu esta Quinta-feira que as carpintarias estão sendo mais perseguidas do que os grandes cortadores e traficantes de madeira, numa fiscalização que considera desequilibrada e, em certos casos, injusta.
A posição foi manifesta durante um encontro com representantes de cerca de 500 carpintarias da cidade de Nampula, que denunciaram a apreensão frequente de madeira, muitas vezes adquirida legalmente, mas considerada irregular pelas autoridades de fiscalização.
“Estamos vendo carpinteiros detidos por transportar tábuas, enquanto caminhões carregados de toros passam em vários postos de controlo sem serem incomodados. Isso é inaceitável”, afirmou Abdula.
O Governador, apelidado por “Tio Salimo”, disse ainda que a fiscalização deve ser responsável, justa e orientada para os verdadeiros infractores, e não dirigida a quem utiliza a madeira apenas para sustentar a sua família.
Embora tenha deixado claro que não apoia a exploração ilegal dos recursos naturais, Eduardo Abdula pediu um tratamento equilibrado e transparente, que preserve o meio-ambiente sem sacrificar os pequenos empreendedores do sector de carpintaria.
Em resposta, os representantes das carpintarias comprometeram-se a colaborar com o Governo, fornecendo inventários actualizados e dados dos seus fornecedores, para garantir legalidade e transparência no exercício da sua actividade. (Mussa Yussuf)