De acordo com o comunicado da AMB, a nova prime rate resulta da soma de um Indexante Único de 10,30% — calculado pelo Banco de Moçambique com base nas operações do mercado monetário interbancário — com um Prémio de Custo de 6,20%, determinado pela própria associação a partir de factores de risco bancário.
A descida acompanha a decisão do Comité de Política Monetária (CPMO), que em finais de Julho cortou a taxa MIMO em 0,75 pontos percentuais, para 10,25%, prolongando a tendência de flexibilização iniciada em 2024, depois de um período de máximos de 24,1%.
Segundo o governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela, esta evolução assenta na “continua consolidação das perspectivas da inflação em um dígito, no médio prazo, reflectindo, em parte, a tendência favorável dos preços internacionais de mercadorias”. Todavia, alertou que permanecem riscos significativos, entre os quais “os impactos do agravamento da situação para o Orçamento do Estado, as incertezas quanto à velocidade da reposição da capacidade produtiva e da oferta de bens e serviços, bem como os efeitos dos choques climáticos”.
O banco central considera que a redução gradual das taxas de juro deve favorecer a retoma da actividade económica excluindo a produção de gás natural liquefeito, ao aliviar os encargos financeiros de famílias e empresas e ao estimular projectos em sectores estratégicos.
A descida da prime rate é acompanhada da divulgação dos spreads padronizados, que determinam o custo final do crédito para particulares e empresas. Estes spreads variam conforme o tipo de produto (habitação, consumo, curto ou longo prazo, leasing), sendo ajustados em função do perfil de risco e do historial de cada mutuário.
Para os próximos meses, o CPMO reiterou que prosseguirá com a normalização da taxa MIMO, condicionada à evolução da inflação e à leitura dos riscos macroeconómicos, sinalizando que o espaço para novas descidas poderá depender do equilíbrio entre a estabilidade de preços e a sustentabilidade fiscal. (O. Económico)