O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), actuando lado a lado e com o apoio da GAVI, procederam a entrega esta semana de 2,3 milhões de doses de vacinas contra a cólera ao Ministério da Saúde (MISAU) para reforçar os esforços de protecção das crianças com idade superior a 1 ano e suas famílias em áreas de alto risco em Moçambique.
Desde que o actual surto começou em Outubro de 2024, Moçambique registou mais de 3,600 casos de cólera com 57 óbitos declarados, 45 dos quais na comunidade, reportados pelo MISAU.
O novo lote de vacinas será utilizado nas campanhas de imunização nos distritos mais afectados nas províncias de Nampula e Zambézia de 17 à 21 do mês de Maio 2025.
“A entrega destas vacinas representa não apenas uma resposta imediata à actual epidemia de cólera, mas também o resultado de um intenso trabalho de preparação realizado nos últimos meses” afirmou Severin R. von XYLANDER, Representante da OMS em Moçambique. “Esta campanha de vacinação integra-se num esforço mais amplo para fortalecer a resiliência do sistema de saúde face aos impactos das mudanças climáticas, que aumentam a frequência e gravidade de surtos como o da cólera. Através de intervenções coordenadas, pretendemos não só salvar vidas agora, mas também proteger as comunidades a longo prazo.”
“O impacto deste surto pode ser devastador, principalmente para as crianças”, afirmou Mary Louise Eagleton, Representante do UNICEF em Moçambique. “A entrega das vacinas às autoridades de saúde de Moçambique e às comunidades mais vulneráveis é essencial para travar a propagação desta doença letal e garantir a protecção das crianças e suas famílias”.
Para além das vacinas, o UNICEF também tem apoiado activamente na divulgação de mensagens de conscientização às comunidades sobre sintomas e métodos de prevenção, com destaque para as práticas de higiene. A organização também tem apoiado a reabilitação dos sistemas de tratamento de água e a distribuição de produtos para purificação da água, contribuindo assim para redução do risco de propagação do surto.
Por sua vez, a OMS tem prestado apoio técnico ao MISAU na coordenação e implementação das campanhas de vacinação, na capacitação de profissionais de saúde, na monitoria da cobertura vacinal, na vigilância de eventos adversos pós-vacinação e na supervisão das actividades no terreno. Para garantir a aplicação de normas padronizadas de maneio de casos e de prevenção e controlo de infecções, a OMS realiza formações regulares, distribui fluxogramas e fornece equipamentos de protecção individual. Estas acções contribuem para a redução da mortalidade e para a manutenção da taxa de letalidade abaixo de 1%, conforme a recomendação da OMS.
Adicionalmente, a OMS tem apoiado o sistema nacional de vigilância na detecção precoce e tratamento atempado de casos, bem como na análise diária e semanal de dados epidemiológicos, permitindo avaliar as tendências do surto e orientar as intervenções de resposta e controlo de forma eficaz. (Nota Informativa)