“Onda de manifestações violentas” colocam em risco 197 projectos de investimento no sector de hotelaria e turismo avaliados em 597 milhões de USD em Inhambane

INTEGRITY-MOÇAMBIQUE, 04 de Março de 2025-O caos instalado no país desde a divulgação de resultados eleitorais em 2024, o sector de turismo em Inhambane regista grande retrocesso por falta de clientes, temendo a insegurança na província por parte dos visitantes, situação que pode ditar o encerramento de algumas estâncias turísticas.

A Província de Inhambane é conhecida como bastião de turismo no Sul de Moçambique, carinhosamente tratada como “terra de boa gente” com seus encantos oriundos da arquitectura dos séculos passados, a simpatia e hospitalidade dos residentes.

Com centenas de estâncias turísticas, o sector é o principal de desenvolvimento económico da província.

O governo provincial de Inhambane aprovou recentemente 197 projectos de investimento no sector de hotelaria e turismo, totalizando 597 milhões de dólares (37,7 mil milhões de meticais).

O Conselho executivo de Inhambane destaca o FARUHAR Mozambique chancelado em 2023, e que está sendo implementado nos distritos de Massinga e Vilankulo com um orçamento de cerca de 500 milhões de dólares e com potencial para gerar 690 postos de trabalho.

Dados disponíveis indicam que, a província registou uma redução de estâncias turísticas durante a pandemia de covid-19, em 2019 Inhambane contava com os 799 empreendimentos turísticos, número que diminuiu para 735, representando uma redução em 9%.

No período em referência o sector empregava 7519 trabalhadores, mas houve declínio para 6810 em 2022, até finais do primeiro trimestre de 2024, o número voltou a subir para 6926. Com a crise política nos quais o país está mergulhado desde finais do ano passado, estes números podem cair novamente depois de uma ligeira recuperação depois da pandemia Covid-19.

Entrevistados, alguns proprietários de estâncias turísticas em Inhambane, não descartam a possibilidade do encerramento dos seus empreendimentos devido à insegurança provocada pelas manifestações.

Raimundo Morrombe, gestor de uma estância turística no distrito de Morrumbene disse que desde finais do ano passado a actividade turística está paralisada e que se não houver solução rapidamente há possibilidade de abandonar o sector.

A gerente da Maind Natus no distrito de Massinga, Isabel Macuácua, disse estar a enfrentar dificuldades no pagamento das suas obrigações fiscais e salários dos trabalhadores por falta de clientes.

A mesma dificuldade é apresentada por outros operadores na cidade de Vilankulo e cidade de Inhambane, epicentros da actividade.

Se a situação não melhorar nos próximos dias, estes poderão declarar falência dos seus empreendimentos. (Armindo Vilanculos, em Inhambane)       

 

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