A revelação surge poucos dias após a sua saída do PODEMOS, partido que apoiou a sua candidatura às eleições de 09 de Outubro.
Num comício realizado perante milhares de apoiantes, Mondlane declarou que chegou o momento de seguir um caminho independente. “Chega de apanhar boleia”, afirmou, numa referência à sua passagem por várias forças políticas, incluindo o MDM, a RENAMO e, mais recentemente, o PODEMOS.
A cisão entre Mondlane e a liderança do PODEMOS vinha a ganhar contornos públicos há quase um mês, culminando no anúncio oficial do fim da relação política.
Na Terça-feira, o seu assessor, Dinis Tivane, acusou o partido de “vender a luta do povo”, justificando assim a decisão de renunciar a qualquer vínculo com a formação política.
“Como, para nós, nem tudo na vida é dinheiro e posições, e em respeito à dor de milhares de moçambicanos que pagaram com o seu sangue, membros mutilados, sequestros, execuções sumárias e extrajudiciais ou ainda privação de liberdade, renunciamos todos os direitos e prerrogativas a favor do partido PODEMOS”, lê-se num comunicado emitido pelo auto-intitulado “Gabinete do Presidente Eleito pelo Povo”.
Desde as eleições de Outubro, Moçambique tem sido palco de protestos violentos, resultando, segundo a organização não-governamental Decide, em pelo menos 327 mortos, incluindo cerca de duas dezenas de menores, e aproximadamente 750 feridos por disparos das forças de segurança.
Inocêncio Impissa, porta-voz do Executivo e Ministro da Administração Estatal e Função Pública, afirmou que o político pode contribuir para o diálogo nacional, mas descartou a possibilidade de Mondlane ser tratado como representante partidário.
“O que sabemos é que ele não pertence a nenhum partido”, sublinhou Impissa durante uma conferência de imprensa realizada ontem (07 de Fevereiro) em Maputo.
Mondlane, por sua vez, prometeu apresentar a sua nova formação política ainda este ano, alimentando a expectativa sobre o impacto que poderá ter no cenário político moçambicano. (INTEGRITY)