O pagamento de multas, totalizando cerca de 105,5 milhões de dólares, será colocado no fundo, denominado ‘Credit Suisse Fair Fund’, que será distribuído aos investidores lesados conforme um plano a ser definido até 31 de Julho de 2025 pela SEC (Comissão de Valores Mobiliários dos EUA).
O escândalo remonta a 2013 e 2014, quando o então ministro das Finanças de Moçambique, Manuel Chang, aprovou garantias estatais ilegais sobre empréstimos concedidos às empresas ProIndicus, EMATUM e MAM, sem o aval do parlamento moçambicano. O esquema foi despoletado em 2016, revelando uma dívida oculta de 2,7 bilhões de dólares, mergulhando Moçambique numa crise financeira severa.
O Credit Suisse já havia concordado, em 2021, em pagar 475 milhões de dólares a autoridades dos EUA e do Reino Unido por enganar investidores sobre esses empréstimos. Além disso, Manuel Chang foi condenado por um júri federal nos EUA e, em Janeiro de 2025, sentenciado a oito anos e meio de prisão, incluindo os cerca de seis anos que já cumpriu.
Esse escândalo prejudicou significativamente a reputação de Moçambique no mercado internacional, além de impactar sua economia, que até então era uma das de crescimento mais rápido no mundo. (Nando Mabica)