A situação aconteceu na zona da Faina, ao longo da Avenida de Trabalho, onde a polícia, para impedir o bloqueio da estrada, começou a lançar gás lacrimogéneo, tendo originado um confronto que terminou com a tragédia.
Para além desta situação, a cidade de Nampula registou uma situação de intransitabilidade por conta do bloqueio de Avenidas e Ruas por jovens manifestantes, que apoiam o candidato presidencial Venâncio Mondlane.
Em algumas partes da cidade, os manifestantes colocaram barricadas para impedir a circulação de viaturas e entraram na estrada para brincar e até jogar futebol.
Na Rua Dom Manuel Vieira Pinto, por exemplo, que liga a zona cimento e o posto Administrativo de Namicopo, passando pela residência episcopal, os manifestantes aglomeravam-se na zona da terceira esquadra, onde num pequeno torço, fecharam ambos os lados e começaram a tomar banho, cozinhar e fazer outras coisas que achavam necessário.
Elísio João é um jovem pintor que vive na zona do campo do Hannane, que junto do seu companheiro de trabalho, pretendiam ir fazer um serviço no bairro de Muahivire, mas, viu-se obrigado a voltar na padaria Nampula, após inalar gás lacrimogéneo lançado pela polícia naquela zona, devido às manifestações.
“Nós saímos de casa para ir trabalhar em Muahivire, subimos chapa no posto administrativo de Namicopo até a padaria Nampula, chegados lá, já dava 8 horas e tudo começou de repente, muitos jovens que estavam apenas a espera da hora, de imediato colocaram barricadas na estrada e nenhum carro passava mais e foi quando a polícia apareceu e começou a lançar gás, até disparar balas verdadeiras, com tudo aquilo, eu e o meu amigo não pensamos duas vezes, voltamos logo para casa a pé”, contou João.
Ainda na cidade de Nampula, para além de colocarem barricadas nas vias públicas, os manifestantes paralisaram o comboio da Empresa Vulcan, que faz o transporte de carvão mineral de Tete para o Porto de Nacala-A-Velha, na zona do mercado Waresta.
Importa referir que as manifestações caracterizadas pela paralisação de viaturas, foi anunciada na Terça-feira (26.11) pelo candidato à presidência da República de Moçambique, Venâncio Mondlane e consiste em uma paralisação de viaturas das 8 às 15 horas, entoação do hino nacional e de África, assim como o toque das panelas as 21 horas. (F.E., em Nampula)