Um estudo liderado pela Universidade de Pretória, na África do Sul, aponta que, em geral, as populações de elefantes no sul do continente cresceram 0,16% ao ano durante o último quarto de século. A boa notícia, publicada no portal científico Sciences Advanced, fornece evidências sobre o que pode ser um novo dia na história da espécie, que vive sob pressão de perda de território e caça predatória.
A investigação utilizou 713 levantamentos populacionais de 103 áreas protegidas do sul da Tanzânia para calcular as taxas de crescimento ou declínio entre 1995-2020. Isto abrangeu mais de 290 mil elefantes da savana, 70% do total em África, informa o jornal The Guardian.
“A conservação travou o declínio dos elefantes no sul da África nos últimos 25 anos”, afirma o professor Stuart Pimm, da Duke University, nos EUA, que também integrou a pesquisa. “Precisamos proteger os elefantes, mas também precisamos conectá-los. Fragmentamos o mundo e precisamos costurá-lo novamente.”
O comentário do pesquisador reflete uma das questões envolvendo a preservação de elefantes: a conexão entre reservas, feita por corredores ecológicos.
Um dos achados do estudo é que a população de elefantes encontra sustentabilidade quando não está confinada. Quando a população destes animais cresce em áreas altamente protegidas, os corredores permitem que os animais se dispersem, observam os pesquisadores. Os elefantes assim têm também a opção de migrar se a caça aumenta ou ocorre uma seca.
Em contraste com as áreas interligadas, os cientistas descobriram que parques isolados, que mantêm os animais dentro e as pessoas fora, podem levar a aumentos populacionais insustentáveis e ainda a mortes ou abates em massa dos elefantes.
No entanto, nas zonas consideradas corredores, a proteção é menor e há presença de pessoas morando e cultivando terras, o que pode gerar.