Falando à Imprensa nas instalações da empresa em Songo, Gune explicou que “o projecto de reabilitação da Central e de outras infraestruturas de produção da empresa terão um impacto significativo em termos de segurança de produção e extensão de vida útil dos equipamentos. Nós podemos abordar esta questão de uma forma que é olhar para os indicadores chaves de desempenho da cadeia de produção, pois os principais indicadores são a disponibilidade, a fiabilidade e a execução de manutenção.”
Para Gune, dado tempo de uso dos equipamentos que são cerca de 50 anos, os actuais equipamentos apresentam uma degradação significativa técnica que é natural ao processo de envelhecimento dos equipamentos e isto traz consequências em termos de disponibilidade e fiabilidade, uma vez que quanto falamos de disponibilidade estamos a falar do tempo efectivamente que o equipamento produz energia aos níveis em que foi concebido e a fiabilidade é exactamente pelo facto de não teremos que contar com o equipamento sempre que precisamos.
“O que nós vamos fazer durante o processo de reabilitação é segurarmos que substituímos o equipamento degradado, restauramos a disponibilidade dos equipamentos em serviço e dos níveis desejáveis por muito mais tempo e reduzirmos o nível de avaria. Por outro lado, iremos assegurar que garantimos a manutenção dos equipamentos, uma vez que a questão da obsolescência será ultrapassada.

“Neste momento temos equipamentos dos anos 70 e significa que já temos problemas sérios de peças de reservas, uma vez que os fabricantes originais destes equipamentos deixaram de fabricar os equipamentos ou simplesmente deixaram de existir, portanto, temos oportunidade de ter equipamentos tecnologicamente mais evoluídos que vão nos permitir ter peças reserva e toda a tecnologia moderna necessária para a manutenção”, defendeu Lucas Eduardo Gune.
Segundo o responsável do sector de geração de energia da HCB, “existem outras dimensões de acréscimo de valor trazida por estes projectos, uma delas é a possibilidade fácil da extensão de vida útil do equipamento o que permitirá que tenhamos ganhos, uma vez que teremos equipamento úteis e modernos e de qualidade mais alta; teremos 30 a 50 anos a níveis muito mais altos dos que actualmente produzimos e uma redução significativa dos custos de manutenção, porque pelo facto dos equipamentos estarem obsoletos e apresentarem problemas técnicos significa que temos custos de manutenção e operação mais altos, então está será mais uma oportunidade.”
“Temos também outra oportunidade que é o design moderno, onde traremos equipamentos mais eficientes que poderão nos permitir acrescentar a capacidade de produção da central na totalidade, mediante ganhos de eficiência. Actualmente temos o grupo de 415 MW, mas com o desenho da turbina e geradores mais eficientes é possível com a mesma quantidade de água produzir a 3 a 5% mais que neste momento de acordo com estudos preliminares temos a indicação do aumento de 90 MW da capacidade actual de produção, portanto, em linhas gerais, temos estes vectores baseados nos indicadores actuais. Naturalmente, uma vez que a energia é fornecida aos clientes, estes ganhos directos para a HCB, serão ganhos directos para todos os nossos clientes que terão energia mais segura, terão energia disponível no momento que mais precisamos e terão maior quantidade de energia com o aumento de produção”, garantiu Gune.
No entanto, Gune explicou que os registos históricos de produção ou gestão de albufeira mostram que a questão de seca ou estiagem é cíclica, pode ser que desta vez tenhamos tido um ciclo mais longo devido às mudanças climáticas e mesmo que as projecções feitas há 50 anos já indicavam estes ciclos que foram se concretizando, portanto, o desenho actual do projecto considera a duração e o tempo de vida do empreendimento que são os 50 a 100 anos de vida e incluído estes ciclos.
Gune avançou que em situações normais teremos ciclos de produção mais altos como no passado e em tempos de estiagem irão gerir a situação conforme as condições que estiverem disponíveis.
Lucas Eduardo Gune disse que tiveram recordes de produção há cerca de 2 anos que não foi necessário de produção, mas foi em termos financeiros, uma vez que houve outro exercício feito ao nível de gestão da empresa, portanto, estes ganhos foram alcançados com equipamentos que já tinham sido adquiridos por mais de 20 ou 30 anos, no entanto, este projecto que esperamos que vai durar cerca de 8 a 10 anos podemos esperar recordes muito melhores que até aqui já foram verificados.
De referir que actualmente a HCB explora o empreendimento em cerca de 90 a 92% de disponibilidade, mas depois deste projecto poderão alcançar 97 a 99%. Onde em cerca de 2000 MW em 97% significa produzir cerca de 2000 MW por ano em função da tarifa que estará em vigor na altura teremos muito mais ganhos financeiros nesta altura.
“A capacidade da instalação é dependente do equipamento instalado, naturalmente as mudanças climáticas têm feito uma vez que a nossa matéria-prima é a água, temos que contar com a disponibilidade de água plena na sua capacidade máxima, mas como dizemos são ciclos e num ciclo bom teremos mais ganhos possíveis (…) no final do projecto com a situação climática normal começaremos a ter ganhos do projecto que advém da modernização dos equipamentos”, afiançou Gune. (Omardine Omar, em Tete)